De acordo com a diretora do museu, Sandra Leandro, a mostra é constituída por “15 fotografias de grandes dimensões e três objetos escolhidos por José M. Rodrigues que estão relacionados com o ato de ver ou a fotografia”.
A iniciativa, que tem inauguração marcada para as 15h30 de domingo, Dia Internacional dos Museus, vai poder ser visitada até ao dia 07 de setembro.
De acordo com o museu, trata-se de “uma retrospetiva breve” do trabalho do fotógrafo, em que “sobressaem as linhas de força do seu trabalho”, de que são exemplo “a escolha e o cuidado da luz, os lugares e o tempo, as pedras, a pele e as vísceras”.
As outras linhas de força da obra de José M. Rodrigues patentes na mostra são “a água e as atmosferas, a escala das fotografias que nos faz confrontar com o nosso próprio corpo”.
Segundo Sandra Leandro, as grandes dimensões das 15 fotografias expostas “têm uma escala que interpela pessoalmente o público (…) É um trabalho que tira um grande partido das coisas que existem no mundo e que faz que elas sejam o que são”.
A diretora do museu acrescenta que, “ao mesmo tempo, ele encontra razão para a sua existência na fotografia e é a fotografia que acaba por justificar a sua própria existência”.
Sandra Leandro indicou ainda que esta retrospetiva reúne fotografias tiradas por José M. Rodrigues “desde os anos 80 do século passado até 2023”.
Nascido em Lisboa, em 1951, José Manuel Rodrigues dividiu o seu percurso académico e artístico por França e pelos Países Baixos, tendo aqui sido cofundador da associação dedicada à fotografia Perspektief e membro do Conselho das Artes de Amesterdão.
A sua primeira exposição individual em Portugal, em 1981, foi realizada precisamente no Museu de Évora, então dirigido por Maria Alice Chicó.
“Tinha acabado de regressar da Holanda e o olhar único e esclarecido de António Sena, autor de referência na História da Fotografia, ao ver essa exposição logo detetou a força e o cuidado nas imagens que se davam a ver”, refere o MNFMC.
Regressou a Portugal de forma intermitente a partir de 1992 e definitivamente em 1995, passando a viver perto de Évora, no Alentejo.
Ensinou Fotografia em diversas instituições de ensino superior em Portugal e no estrangeiro, recebeu diversos galardões, como o Prémio Pessoa em 1999, e tem exposto a sua obra em mostras individuais e coletivas em Portugal e em diversos países.