“Acho que mal vai uma candidatura quando os seus apoiantes acham que ela só lá vai se os outros desistirem. Isso dá a ideia que quem assim fala já está a perder”, argumentou o candidato apoiado pelo PCP.
Depois de passar pelo Centro Alqueva, junto à barragem do mesmo nome, António Filipe considerou “óbvio” que “as candidaturas ou valem por si ou não valem”, garantindo que ficará na “corrida” até final.
Em entrevista recente ao Público/Renascença, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias desafiou António Filipe a desistir da corrida eleitoral a favor de António José Seguro, lembrando que o PCP já retirou, no passado, o seu candidato dias antes da eleição.
“Nenhuma dessas situações é comparável com a situação atual, mas eu fico sensibilizado pela importância que está a ser dada à minha candidatura”, ironizou hoje António Filipe, dizendo não lhe passar pela cabeça “estar a apelar a desistências de outras candidaturas para valorizar” a sua, pois, “não é à custa de desistências que as candidaturas têm que se afirmar”.
Mas, contrapôs, se o líder parlamentar do PS “acha que o candidato que apoia só sairá vencedor se outros desistirem, então pode apelar à desistência de candidatos que, politicamente, estão mais próximos dele, designadamente o doutor Marques Mendes [e] o almirante Gouveia e Melo”.
“Não estou a ver qual é a lógica de apelar à desistência da minha candidatura, que se situa a uma distância maior da candidatura de António José Seguro do que outras candidaturas, que são candidaturas que se dirigem fundamentalmente ao chamado eleitorado do centro e que querem que tudo fique mais ou menos na mesma relativamente à forma como o país tem sido governado nas últimas décadas”, argumentou.
Já sobre o projeto do Alqueva, António Filipe lembrou ter acompanhado, enquanto deputado na Assembleia da República, esta “luta de décadas do povo português” e a “reivindicação do povo desta região para a construção da barragem”, que teve impactos no Alqueva, “uns positivos, outros provavelmente não tanto”, como é o caso das “culturas superintensivas que têm consequências negativas para os solos”.
Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: D.R.











