Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara, António Pita, explicou que a Santa Casa da Misericórdia de Castelo de Vide aprovou, na terça-feira, a venda do imóvel por “cerca de 360 mil euros”.
Em janeiro de 2024, na sua página na rede social Facebook, esta Santa Casa da Misericórdia publicou o anúncio da venda do imóvel.
De acordo com a publicação, a Igreja de Santo Amaro é um prédio urbano composto por três andares, quintal e sótão, possuindo uma área total de terreno de 1.350 metros quadrados (m2) e uma área de implantação do edifício de 650 m2.
Em novembro do ano passado, o presidente do Município explicara que a Misericórdia vivia “tempos difíceis” e que a autarquia estava disponível para comprar o imóvel, considerando, na altura, que o projeto era “estratégico para a região”.
Paralelamente, a família de Martins Barata já tinha manifestado interesse ao município de que “todo o espólio” do pintor pudesse ficar exposto em Castelo de Vide, sublinhou António Pita, referindo que, para “cumprir essa vontade”, o Município equacionou a aquisição da igreja, que resulta da reconstrução oitocentista.
O imóvel, classificado em 2014 como monumento de interesse público, estava a ser vendido pelo valor base de 350 mil euros.
“O acervo de Martins Barata é fundamental para fazer uma abordagem a um dos grandes pintores do século XX e acho que é uma proposta irrecusável, considerando a dimensão artística que o pintor tem”, destaca o presidente da Câmara.
Natural de Santo António das Areias, no concelho de Marvão, onde nasceu a 07 de março de 1899, Jaime Martins Barata morou em Póvoa e Meadas, no concelho de Castelo de Vide. Faleceu em Lisboa, a 15 de maio de 1970.
Várias obras do pintor integram os acervos de museus em Portugal e no estrangeiro. Um dos seus trabalhos mais destacados é uma pintura mural na Assembleia da República, os trípticos que decoram a escadaria nobre do Palácio de São Bento.