Artesãos convidados a participar na elaboração de manifesto sobre sector

Os artesãos que trabalham em Portugal estão a ser convidados a dar a sua opinião sobre “o estado de saúde do sector” no país, com vista à elaboração de um manifesto, revela uma das promotoras da iniciativa.

O denominado “Manifesto pelo Futuro do Artesanato” é uma iniciativa que está a ser desenvolvida por um grupo de seis artesãs, revela Célia Macedo, uma das promotoras e oleira em Montemor-o-Novo, acrescentando que, através do manifesto, será possível fazer uma análise do “estado de saúde do setor” e, depois, apresentar a “quem tem o poder de decisão” propostas e medidas que permitam melhorar o artesanato em Portugal.

“O artesanato é taxado a 23%”, através do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA), e “não conseguimos perceber porque é que isso ainda acontece, quando há outras áreas das artes que são taxadas a 6%”, afirma, aludindo a um dos problemas identificados.

A dinamizadora da iniciativa reitera que o manifesto será “uma ferramenta de visibilidade, valorização e reivindicação”, a qual é “feita por quem conhece o setor por dentro” e terá “impacto” no futuro do artesanato em Portugal. “Numa altura em que se fala tanto da salvaguarda e na relevância do artesanato no futuro, esta é uma forma de podermos participar, e contribuir, de forma ativa, para essa conversa, que muitas vezes deixa os artesãos à margem”.

Segundo a artesã, as promotoras da iniciativa estão descontentes com alguns aspetos do setor e decidiram avançar com esta indagação ao setor por sentirem que as suas vozes não estavam a ser ouvidas pelas entidades que tutelam o artesanato: “Tentámos perceber se éramos só nós que identificávamos os problemas ou se havia mais colegas artesãos que sentiam a mesma coisa e, então, desenhámos um questionário e lançámos uma campanha nas redes sociais”.

Célia Macedo revela que o questionário destinado aos artesãos que trabalham em Portugal, disponível, até final deste mês, no endereço eletrónico forms.gle/p3wNjw2QmKNfzwqP7, é o primeiro passo para a elaboração do manifesto. Quando terminar este prazo, refere, “vamos analisar tudo e fazer um rascunho, que vai ser enviado novamente para validação de quem preencheu o formulário, e só depois é que vamos ter uma versão final do documento”.

Assinalando que, até agora, já chegaram cerca de 350 respostas ao questionário, Célia Macedo considera que já é um número “muito bom”, pois “é muito diferente abordar uma entidade de forma individual ou com 350 pessoas em cima das costas”.

“A iniciativa” – afirma – “está igualmente a gerar interesse junto de algumas organizações, inclusive fora de Portugal, que já estão também a divulgar, acho que também conscientes dos problemas que o setor atravessa”. O manifesto deverá ser apresentado publicamente em outubro ou novembro deste ano.

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