Os participantes tiveram de esperar até às 16h00 pelas condições meteorológicas ideais. Uma espera que valeu para José Figueira de 59 anos e a mulher, Maria Luísa, 55 anos, residentes em Coimbra, que, à terceira vez que tentaram, lá conseguiram andar de balão. “A primeira vez que tentámos foi em Évora e a segunda foi no Luso, mas as condições atmosféricas não permitiram. Esperamos que não seja algo muito radical”, contaram.
Questionados sobre o que os levou a experimentar a aventura, Maria Luísa destacou “a vontade de fazer coisas diferentes, a adrenalina, e em particular a paisagem do Alentejo”.
Depois de receber o briefing sobre a situação atmosférica e as condições de voo, feito pelo diretor do evento, Aníbal Soares, cada piloto escolhe o número de passageiros que iria voar no respetivo balão. O espanhol Mariano Oliveira foi um dos que conduziu os participantes pelos céus de Fronteira. Mas antes do balão levantar, todos tiveram de ajudar nos preparativos, o que está longe de ser uma tarefa simples.
Referindo-se ao Festival, Mariano Oliveira diz que este é o mais emblemático em que participa. “Aqui em Portugal as pessoas recebem-nos com muito carinho. Existe uma espécie de irmandade entre os espanhóis e os portugueses, algo que aqui é muito visível”.
Oriundo de Huesca, na Comunidade Autónoma de Aragão, Mariano e a sua equipa, da qual fazem parte Velero Biange e Pere Miguel, tem de percorrer mil quilómetros para estar presente na iniciativa. Mas não dá o tempo por mal-empregue. Afinal, trata-se do último evento que se realiza este ano na Europa. Daqui, o espanhol irá rumar a África, a países como o Qatar ou a Tunísia, onde continua a ser possível praticar o balonismo. “Sou o único espanhol, membro da Associação Aeronáutica de Tunes”, sublinha.
Na sua 27.ª edição, o Festival Internacional de Balões de Ar Quente é organizado pela Alentejo Sem Fronteiras e produzido pela Publibalão, com o apoio das diversas corporações de bombeiros, por onde o evento vai passar, que receberão os donativos dos voos feitos por particulares.
Este ano conta com 31 equipas, oriundas de Portugal, Espanha, França, Países Baixos e Bélgica e integra os concelhos de Monforte, Fronteira, Alter do Chão, Ponte de Sor e Avis (Benavila).
Segundo Maria Inês Soares, responsável pelo evento, “normalmente os festivais têm sempre um cariz de competição”, mas este “é mais um festival de amizade, como se fosse uma celebração do final da época do balonismo na Europa. Nós fazemos pequenas competições amigáveis”.
“Em Portugal”, lembra, “temos uma meteorologia fantástica em que conseguimos voar praticamente o ano inteiro e em novembro já não se consegue voar nos outros países europeus”.
Como já se viu, não são apenas as equipas participantes que podem voar em balão de ar quente, pois também os particulares podem inscrever-se para as diversas viagens. As pulseiras, solidárias pois a receita reverte para as associações de bombeiros, têm um custo entre 75 e os 90 euros.