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Associação Montes Claros celebra 30 anos a olhar para o futuro

Cumpridos os primeiros 30 anos de vida, a Associação de Desenvolvimento Montes Claros (ADMC) prepara novos projetos: integra um consórcio de acelera- doras do comércio digital, lidera um projeto que se propõe investir sete milhões de euros na valorização da Serra d’Ossa e um outro que envolve São Tomé e Príncipe e o Uruguai. Luís Godinho (texto) e Hugo Francisco (fotografia)

E tudo começou, lembra Ângelo de Sá, presidente da ADMC, com a necessidade de constituir uma associação para concorrer a um programa Leader, uma iniciativa comunitária para promover o desenvolvimento rural. “Foi em torno dessa candidatura que constituímos a associação”.

Nessa altura, o objetivo era desenvolver ações nas áreas da formação profissional, que até aí eram promovidas pelo Centro Cultural de Borba. Sendo uma cooperativa de utilidade pública, a vocação do Centro não era propriamente a de formação profissional, pelo que a ideia de constituir uma nova associação ganhou forma.

A “coisa” não correu propriamente como esperado. Direcionado para apoiar novas formas de valorização do património natural e cultural, bem como reforço económico do território, a criação de postos de trabalho e a melhoria da capacidade de as comunidades se organizarem, o Leader tornou-se “apetecível” nos territórios do interior do país.

No Alentejo Central a ADMC preparava-se para “ir a jogo”, mas não sozinha, pois surgiram outras quatro associações com o mesmo propósito. A solução foi reunirem-se num consórcio, denominado Monte, com sede em Arraiolos. O Leader ficou, assim, entregue às cinco, mas cada uma das associações continuou a desenvolver projetos em nome próprio.

“É pá… isso assim de repente!” – responde Ângelo de Sá, quando desafiado a elencar esses projetos. “Têm sido tantos, ao nível da formação profissional, de vários tipos de candidaturas para apoio ao investimento, ainda agora, por exemplo, integramos o consórcio de aceleradoras do comércio digital”. Trata-se, aliás, da associação que lidera este projeto no Alentejo Central, e que se dedica “ao acompanhamento de proximidade na digitalização das empresas e dos seus negócios”.

A ideia é “inovar nas empresas para fazer crescer a economia”, sendo que o apoio pode incidir em áreas como o marketing digital, cibersegurança, fornecimento e logística ou mercados digitais, entre outros. O projeto é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tendo sido pensado no pós-pandemia dado que “os setores do comércio e dos serviços abertos ao consumidor foram dos mais duramente afetados, principalmente pela sua dependência da interação física com os clientes”.

Além de sócios individuais, a Montes Claros é integrada por pessoas coletivas, como a Câmara de Borba. Em vias de aprovação está uma candidatura ao Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos (Provere), num consórcio liderado pela ADMC e destinada a valorizar a Serra d’Ossa e Maciço Calcário de Estremoz. “No fundo”, resume Ângelo de Sá, “esta candidatura vai permitir que os envolvidos, os municípios e as empresas, apresentem ideias de projetos que nós consideraremos no nosso plano de ação, que agora será elaborado. Depois existirão apoios para a concretização desses projetos”.

Assegura o presidente da associação que, agora, é também tempo de “entrar por outras áreas” que “diferenciem pela positiva” os territórios desta região. A sede é em Borba, mas o olhar alcança toda a região dos mármores. “Já temos ideias e estamos a trabalhar projetos e iniciativas em áreas como a gastronomia e a doçaria, em que está região é tão rica”.

Uma das ideias, por exemplo para o concelho de Borba, será a “criação de uma marca” para valorizar a doçaria tradicional: “Existem as receitas dos doces conventuais e entendemos que a criação da marca será uma forma de proteger e promover todo este património”. Será dar sequência a um trabalho de recolha de doces e pratos típicos da região, “não diria tradicionais pois, algumas dessas receitas estão esquecidas”, iniciado aquando da formação da Montes Claros. “Já temos bastante receituário recolhido”.

“DESENVOLVER O TERRITÓRIO”

Outra das áreas de trabalho é a cooperação internacional e uma das apostas é um projeto de cooperação triangular, agora apresentado ao Instituto Camões, que envolve Portugal, São Tomé e Príncipe e o Uruguai. O projeto integra-se na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, incidindo em áreas como a erradicação da pobreza, educação de qualidade, igualdade de género ou trabalho digno e crescimento económico.

“Pretendemos identificar e analisar os principais problemas relativamente ao interesse escolar dos alunos, bem como as necessidades de formação de adultos tendo em vista a sua integração no mercado de trabalho e/ou a criação do próprio emprego ou agrupamento de produtores, nomeadamente através da criação de cooperativas”, refere a associação.

VALORIZAR A SERRA D’OSSA

Um dos projetos que a Associação de Desenvolvimento Montes Claros se prepara para iniciar destina-se a promover a “valorização económica” dos recursos endógenos da Serra d’Ossa e do Maciço Calcário de Estremoz. A iniciativa, a financiar pelo Prover, envolve um consórcio com seis autarquias (Alandroal, Borba, Estremoz, Redondo, Sousel e Vila Viçosa), além de outras entidades. De acordo com Ângelo de Sá, a ideia é “valorizar os recursos endógenos da região, dos vinhos aos mármores e aos queijos, dos enchidos aos azeites, para promover o que aqui se produz”. No caso desta candidatura, sublinha, trata-se de apostar na “promoção e investigação sobre produtos da serra e regeneração de ecossistemas” e elaborar um plano estratégico de desenvolvimento “da rede colaborativa do turismo rural e ambiental”.

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