Segundo o Município de Odemira, o manifesto é ainda subscritos pelos autarcas de Lagos, Lagoa, Monchique, Portimão, Vila do Bispo e Silves, e apoiado por mais de 30 entidades, entre as quais a CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, a Portugal Fresh e a Somincor. O objetivo é “identificar e apresentar ao Governo soluções concretas e imediatas para aumentar, de forma sustentável, a disponibilidade de água na região”.
De acordo com a mesma fonte, os autarcas promotores do manifesto irão agora solicitar audiências ao Governo para apresentar o documento e assegurar consenso em torno dos investimentos imprescindíveis para o futuro do território no que respeita à gestão da água.
“Porque a água é um bem essencial para todos nós, a tendência decrescente das afluentes de água para a albufeira de Santa Clara ao longo dos últimos anos tem indicado, de forma muito clara, a necessidade da encontrar soluções para assegurar o desenvolvimento do território no futuro”, diz Hélder Guerreiro, presidente da Câmara de Odemira.
“O transvase”, prossegue, “representa uma das soluções em que o tecido socioeconómico do nosso concelho não perde a sua competitividade e permite garantir a segurança no abastecimento de água às populações. Este evento foi fundamental para juntar todos os setores económicos da grande região que compreende parte do Baixo Alentejo e do Barlavento algarvio.”
A sessão de assinatura do manifesto decorreu na Barragem de Santa Clara, tendo contado com a presença dos presidentes das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e do Algarve, das Entidades Regionais de Turismo do Alentejo e Algarve, Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo e todas as associações representativas da agricultura na região.
Fazendo um enquadramento sobre a necessidade premente de reforçar a disponibilidade de água na região, “essencial para o desenvolvimento sustentável de diversas atividades económicas essenciais, para a sua economia e emprego, incluindo indústria, agricultura e turismo”, a assinatura do manifesto foi precedida de uma conferência na qual participaram e intervieram um conjunto de personalidades e especialistas que suportaram tecnicamente as medidas nele constantes.
O documento defende ainda a criação de um Plano Nacional para a Água, “que reforce a disponibilidade de água nas regiões mais afetadas pela seca, trazendo a água de onde ela abunda para onde ela escasseia, reforçando o Alqueva como grande reservatório para a regularização hídrica do sul do país e a Barragem de Santa Clara como o hub para a distribuição de água ao Sudoeste Alentejano e ao Barlavento Algarvio”.
Para tanto, refere, “há que realizar a interligação Alqueva-Mira-Odelouca-Bravura e assegurar a reabilitação das infraestruturas do sistema de distribuição de água”.
Dizem os autarcas que estas soluções podem estar operacionais até quatro anos após a tomada de decisão por parte do Governo, tendo “capacidade para garantir os recursos hídricos necessários aos consumos atuais e futuros” nesta região.