Autor de “Alentejo Prometido” vence Prémio Camilo Castelo Branco

A “coragem estética” e a “força ética” valeram a Henrique Raposo o Prémio Literário Camilo Castelo Branco, na sua 1.ª edição, com “As Três Mortes de Lucas Andrade” (2023), anunciou a Câmara de Vila Nova de Famalicão.

O Prémio Literário Camilo Castelo Branco foi instituído este ano pela câmara famalicense, no âmbito das comemorações do bicentenário do escritor Camilo Castelo Branco (1825-1890), com o valor pecuniário de 7.500 euros, visando “promover a criação literária em língua portuguesa”, destinando-se “a escritores lusófonos”, e terá uma regularidade bienal.

O júri desta edição foi constituído por Sérgio Guimarães de Sousa, coordenador científico da Casa-Museu de Camilo, Maria de Jesus Cabral, da Universidade de Aveiro, e por André Corrêa de Sá, da Universidade da Califórnia. A obra é a estreia de Henrique Raposo no romance, estando já a preparar um segundo título, segundo a sua editora.

Sobre a escolha da obra, os jurados referem a “coragem estética”, a “densidade emocional e força ética”, cita a edilidade minhota. “Um romance necessário e uma voz que merece ser destacada”, atesta o júri, acrescentando que este é um “romance cru, sensorial e profundamente humano”, em que “a literatura se assume como espaço de confronto e escuta”.

“As Três Mortes de Lucas Andrade” narra “a saga de um suicida que vive em constante conflito com os códigos masculinos da pobreza”. Fixando-se “na segunda metade do século XX, retrata as migrações do campo para a cidade, os choques entre a cidade e a periferia e o nascimento dos subúrbios dos anos 1960 e 1970”, refere o comunicado da câmara.

O autor, citado pela edilidade, afirmou sobre o prémio: “Uma honra que me deixa sem palavras. Camilo é o meu herói nas letras, o meu escritor português preferido, quer no estilo, quer na substância: é o escritor da violência física e sentimental no país dos alegados brandos costumes”.

Henrique Raposo é cronista no semanário Expresso e na Rádio Renascença, autor de vários livros, nomeadamente “Alentejo Prometido” (2016), um “road movie” familiar. Licenciado em História e mestre em Ciência Política, foi editor da revista Atlântico e colaborou com vários jornais.

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