A primeira edição da BIALE, organizada pela Artmoz, foi em março do ano passado. A próxima, a realizar em 2025, contará já com o envolvimento da Universidade de Évora (UE). As duas instituições assinaram um protocolo de cooperação. Um acordo em várias frentes, no âmbito do qual a UE “terá um papel importante na seleção do júri que avaliará as obras ex- postas a concurso”, garantindo igualmente a “participação ativa” dos estudantes através da BIALE Jovem. “Nesta vertente”, refere a Universidade, “os estudantes poderão apresentar trabalhos artísticos desenvolvidos em cursos de artes plásticas, como pintura, escultura, desenho, fotografia e cerâmica”.
Sublinhando que já tinha sido “detetado a necessidade de um projeto desta natureza no território” do Alentejo, Ana Teles, vice-reitora da UE, recorda que a instituição, através da Escola de Artes, tem tido “colaboração assídua” com outras bienais, designadamente com a Bienal de Arte de Cerveira.
“Este protocolo potencia a nossa relação com o tecido circundante e faz uma ponte entre os ensinos artísticos da Universidade e a vida profissional destes artistas emergentes que estamos a formar”, acrescenta.
Entre as iniciativas previstas, Ana Teles destaca “o estímulo muito específico” aos alunos da Escola de Artes para se candidatarem à BIALE Jovem, sendo que a UE irá também indicar quatro artistas para exporem na Bienal. Serão também promovidos ‘workshops’ e outras iniciativas de cariz cultural e artístico. “Na Escola de Artes”, refere, “temos uma panóplia de áreas artísticas mais alargadas, incluindo as artes performativas, música e teatro, e, portanto, vamos promover também a realização de iniciativas, como saraus ou concertos, dentro da Bienal, mas com esta participação de outras áreas que não apenas as artes visuais”.
Iniciativa da Artmoz, a BIALE destaca-se “pela promoção da diversidade de modelos e técnicas de expressão artística”, pretendo afirmar-se “como uma plataforma dinâmica de expressão artística, incentivando a produção cultural local e estabelecendo conexões com as tendências artísticas globais”.
Ainda de acordo com a UE, a parceria entre as duas instituições “simboliza um avanço significativo para a valorização cultural do Alentejo, contribuindo para o enriquecimento do cenário artístico da região e promovendo um diálogo frutífero entre as diversas formas de arte e seus apreciadores”.
A edição do próximo ano, agendada para março, “já está a ser preparada”, diz Carlos Godinho, artista plástico e presidente da Artmoz: “Estamos a fazer um conjunto de acordos a nível institucional e também ao nível da vertente económica do tecido empresarial, para que seja um êxito, exatamente como aconteceu na primeira edição”.
“Faz todo o sentido procurarmos entre os estudantes da Escola de Artes da UE, porventura algum artista que venha a ser emergente no país”, diz Carlos Godinho, assegurando que o protocolo agora assinado abre caminho a uma “parceria profícua para se encontrar um modo dentro da arte, mas no tempo contemporâneo e no espaço que é esta dimensão Alentejo, para que depois possa ser explorada para o país inteiro e também ao nível internacional”.
Realizada em março de 2023, a primeira edição contou com um total de 140 artistas representados, oriundos de uma dezena e meia de países, através dos quais a direção artística procura “assegurar a diversidade de modelos e técnicas de expressão artística de arte contemporânea”.