Em comunicado, o Bloco de Esquerda “deplora a forma” como a Capital Europeia da Cultura, “um projeto que deverá ser mobilizador e agregador” se transformou “num palco de ambição política e de exercício de aproriação de poder”.
Considerando “inaceitável” a “exclusão” da equipa de missão liderada por Paula Mota Garcia da organização da iniciativa, a Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda acusa a direção da Associação Évora_27 de ter “deixado cair no vazio todo o trabalho feito anteriormente, que levou a uma candidatura ganhadora, o conhecimento intrínseco e o reconhecimento aos níveis nacional e internacional do trabalho que tem sido feito.
Essa exclusão, acrescenta ainda, deu lugar “a nomeações, sem escrutínio público, de dirigentes ligados ao PSD e à Fundação Eugénio de Almeida, e sem que se lhes conheça o contributo para a própria candidatura ou o mérito para responder aos desafios que os próximos dois anos colocam”.
Ainda de acordo com o Bloco de Esquerda, estes episódio não só “deslustra” a cidade e a Capital Europeia da Cultura como “nenhum dos intervenientes – Câmara Municipal, Governos do PS e do PSD, membros da Associação e nomeados – pode eximir-se das responsabilidades, por acção ou omissão, nos danos reputacionais que dele advêm”.
O Bloco refere que oportunidade de ter na realização coletiva de Évora Capital da Cultura “o oxigénio e o músculo para enriquecer de forma perene o território, do ponto de vista material e imaterial, ficam seriamente afectados e os prejuízos que advirão desta apropriação do projecto só pode merecer o nosso veemente repúdio”.