“Vamos avançar com o bloco [de rega] e esperamos que em outubro a EDIA avance com o concurso”, disse José Manuel Fernandes esta tarde, em Reguengos de Monsaraz, numa visita à Adega Cooperativa. Segundo o governante, o objetivo é inclui o projeto na reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o que significa que a conclusão da obra ocorra até dezembro de 2026.
“A execução [deste projeto] cabe no período de programação do PRR, mas temos outras possibilidades de financiamento, ainda que seja pesado, mais de 35 milhões de euros, mas é [um investimento] essencial para a coesão territorial, para a agricultura e para este povo que já o espera há tanto tempo”, acrescentou o ministro, sublinhando que o avanço da obra representa a “reparação de uma injustiça” que se arrasta há décadas.
De acordo com José Manuel Fernandes, o objetivo do Governo é que o concurso seja lançada em outubro, a tempo de ser incluído na reprogramação do PRR, “cumprindo uma promessa que tem dezenas de anos”. O anterior Executivo lançou no início de 2023 a empreitada do bloco de rega do Peral, mas apesar da promessa da então ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, o circuito hidráulico de Reguegos não foi incluído, o que motivou o protesto do Município.
“O Bloco de Rega de Reguengos tem de ser uma realidade, Reguengos de Monsaraz tem de ser respeitado e os nossos agricultores não podem continuar a ser preteridos num bem tão essencial como a água, tendo-a mesmo aqui ao lado e sem a poderem utilizar”, criticou a autarquia, em comunicado. Em maio do ano passado, o Grupo Parlamentar do PSD apresentou uma proposta de resolução na qual apelava ao Governo para adoptar as “medidas necessárias e urgentes para a concretização imediata da obra do Circuito Hidráulico de Reguengos de Monsaraz com ligação à albufeira de Alqueva, garantido a todos os seus utilizadores, sobretudo aos empresários agrícolas, o uso pleno desta importante infraestrutura”.
A hora parece ter chegado. “Esperemos que em 2026 este perímetro de rega já esteja disponível”, disse José Manuel Fernandes, classificando o lançamento do concurso como a “reparação de uma injustiça”, num projeto “essencial para a competitividade, coesão territorial e atração de investimento” ao concelho.
Em declarações aos jornalistas, a presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, Marta Prates, considerou tratar-se de “uma grande notícia” para o concelho, pois corresponde à concretização de “uma aspiração da população e de uma grande necessidade para o território”.
“Vimos sobretudo da agricultura e da vitivinicultura, precisamos de água, e tenho a convicção absoluta de que finalmente vamos ter este obra efetivamente no terreno”, concluiu a autarca.