A Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal critica a “contínua” falta de helicópteros nos concelhos de Grândola e Ourique e exigiu a “colocação imediata” de meios aéreos operacionais para combate aos incêndios rurais.
Em comunicado, a federação afirma estar “indignada com a contínua ausência” de helicópteros nos centros de Meios Aéreos de Grândola (CMA) e de Ourique. “Estes meios que reforçam a capacidade de resposta no combate aos incêndios” nesta região, “deviam estar operacionais desde 01 de junho”, refere.
Para a federação, “é inquestionável” a importância estratégica destes meios, “especialmente com a chegada do pico da época de incêndios”, tendo em conta que reforçam a “capacidade de resposta” do dispositivo “no ataque inicial do combate aos incêndios”.
O comunicado da Federação dos Bombeiros surge depois de, na terça-feira, os autarcas dos municípios de Grândola, Ourique e Moura, este também no distrito de Beja, terem alertado para a falta de meios aéreos de combate a incêndios e apelado a uma solução urgente, conforme noticiado pela Alentejo Ilustrado.
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A colocação de helicópteros nos CMA destes três concelhos alentejanos (um em cada concelho) estava prevista para o dia 01 deste mês, no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) de 2025.
No comunicado hoje divulgado, aludindo apenas aos casos de Grândola e Ourique, a federação dos bombeiros exigiu “a colocação imediata e a plena operacionalidade dos meios aéreos” nestes concelhos e defendeu que “a segurança das populações e a proteção do território devem ser a prioridade máxima das autoridades”.
Na terça-feira, o presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes, disse que a ausência do meio aéreo é “uma situação preocupante” tendo em conta a época de verão “que se perspetiva ser difícil do ponto de vista dos fogos” rurais.
O autarca adiantou que já pediu “explicações ao Comando Sub-regional [de Emergência e Proteção Civil] do Alentejo Litoral sobre essa questão”, mas, como não teve resposta, vai solicitar esclarecimentos ao Ministério da Administração Interna.
Também a Câmara de Ourique manifestou a sua “profunda preocupação” face à ausência do helicóptero destinado à base local tendo o seu presidente, Marcelo Guerreiro, sublinhado a importância deste meio aéreo no combate aos fogos no município e na região.
Segundo o autarca, “nos últimos anos tem sido cumprido, dentro da normalidade, o que estava planeado em termos de chegada do meio aéreo”, mas, este ano, após ter sido contactado pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), foi informado de que o helicóptero só poderá ser colocado no CMA de Ourique, “na melhor das hipóteses, dentro de um mês”.
Numa publicação no Facebook, o presidente da Câmara de Moura disse ter sido informado pelo presidente da ANEPC de que o “concurso do qual fazia parte o lote respeitante ao meio aéreo [para o seu concelho] ficou deserto” e que “tão breve quanto possível” a Força Aérea iria “abrir novo concurso”.