Derrocada de troço de muralha do Castelo de Estremoz

Anos de abandono acabaram no chão. Ruiu este domingo um troço da muralha do Castelo de Estremoz, classificada como Monumento Nacional.

A chuva deste domingo terá sido a “gota que faltava” para o desmoronamento de um troço da muralha do Castelo de Estremoz, cujo risco de derrocada há muito se encontrava sinalizado pelo Município e pelos organismos do Estado responsáveis pelo património histórico.

O sistema fortificado de Estremoz está classificado como Monumento Nacional, mas isso não impediu que um troço da muralha ”viesse abaixo”, sendo que as fendas visíveis no solo indiciam a possibilidade de ainda virem a ocorrer outros desmoronamentos.

Há precisamente um ano, o grupo Cidade – Cidadãos pela Defesa do Património de Estremoz tinha alertado para o estado de abandono das muralhas e para a “falta de articulação” entre o Município e o Estado.

“As autarquias têm responsabilidade” em cuidar do património, sobretudo daquele cuja gestão lhes foi transferida, advertia Pedro Nunes da Silva, coordenador do grupo, criticando uma “desarticulação entre os serviços que é difícil de compreender”.

O tema também foi abordado por diversas vezes em reunião de Câmara. Há um ano, o vereador Luís Pardal, assegurava que os problemas estavam identificados, mas acrescentava que a intervenção envolve uma necessidade de investimento “superior a 360 mil euros”, que a autarquia “não consegue suportar”. 

A “Alentejo Ilustrado” revelou em maio do ano passado que técnicos da ex-Direção Regional de Cultura do Alentejo, integrada na na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, e do Município de Estremoz tinham efetuado “visitas a alguns troços das muralhas”, tendo percorrido aqueles que apresentavam “anomalias ou danos significativas nomeadamente fendilhação, lacunas ou ausência de revestimentos e derrocadas pontuais da muralha”.

Nessa altura, a vice-presidente da CCDR do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, adiantou que na sequência dessas visitas foram elaborados relatórios “com o diagnóstico e medidas especificas para os sectores das muralhas visitados e proposta de medidas gerais para as fortificações de Estremoz nomeadamente a proposta de elaboração, por equipa técnica habilitada do levantamento e caracterização do estado geral de conservação das muralhas de Estremoz e execução em função das prioridades e faseadamente dos respetivos projetos de conservação/reparação”. 

Ainda de acordo com Ana Paula Amendoeira, os relatórios foram submetidos ao Município, “enquanto entidade afetatária de parte das muralhas e entidade gestora dos processos de licenciamento” e à Património Cultural IP. Um ano depois, é justamente um destes troços que acaba por cair.

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