Câmara de Évora vai cobrar dois euros por turista. PSD está contra

A Câmara de Évora quer criar uma taxa turística. A ideia é cobrar dois euros por noite a cada turista que durma numa unidade hoteleira da cidade. “A CDU não ouviu ninguém”, critica o vereador do PSD, Henrique Sim Sim.

A proposta do Executivo, que passou em reunião de Câmara com os votos favoráveis da CDU, PS e Movimento Cuidar de Évora e com os votos contra do PSD, terá ainda de ser submetida a debate público e aprovada pela Assembleia Municipal. A concretizar-se significará a criação de uma taxa turística de dois euros, a cobrar já a partir do início do próximo ano.

A criação da taxa, à semelhança do que sucede noutras cidades, é justificada pelo Executivo municipal com a necessidade de maiores investimentos municipais em áreas como a limpeza urbana ou o tratamento do lixo, em resultado da existência de uma maior pressão turística.

“A CDU não ouviu nada nem ninguém, mas propõe, desde já criar, uma taxa que pode impactar diretamente a atividade económica de centenas de empresas e funcionários”, critica o vereador social-democrata Henrique Sim-Sim, acrescentando que nem sequer a Entidade Regional de Turismo, a Associação Évora Capital da Cultura ou os hoteleiros foram ouvidos.

Lembrando que “a criação de uma taxa, turística ou de outra natureza, está diretamente relacionada com a prestação de um serviço ou fornecimento municipal, algo que, neste momento, em Évora, para o turista, tal não acontece”, o vereador critica a “inexistência outros serviços de apoio ao turismo que justifiquem, cabalmente, a criação e fixação de uma taxa de serviço turístico por quem nos visita”. E aponta “baterias” à “situação deplorável generalizada das vias rodoviárias da cidade e concelho”, bem como “enorme caos ao nível da limpeza e da higiene urbana” ou à existência de “posto de turismo quase obsoleto”. 

“Compreendemos que o aumento do turismo também faz acrescer custos gerais de manutenção dos espaços públicos e outros indiretos, mas é preciso, antes de a criar, ouvir e envolver os principais agentes económicos e sociais impactados pela mesma”, acrescenta ainda o dirigente social-democrata, num comunicado distribuído esta quinta-feira.

Sublinhando que a criação desta taxa “pode ter impacto direto negativo na dinamização da economia local”, Henrique Sim-Sim reconhece que o processo se inicia agora “de forma irreversível”, defendendo que, a ser criada, a taxa turística “deve, sobretudo, libertar recursos para investir nos espaços públicos, para promover Évora, para criar condições de atratividade e desenvolver o nosso concelho, não para pagar as contas do clientelismo e os desmandos da gestão da CDU, os quais levaram a mais uma crise grave na tesouraria do Município de Évora”.

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