Só na primeira fase do complexo – a que a atual presidente de Câmara, então vereadora da oposição, classificou em 2011 como “o mais famoso elefante branco do concelho de Nisa e, talvez, do sul do país” – foram gastos mais de 1,2 milhões de euros, com financiamento comunitário, tendo sido inaugurado em 1997. A que se seguiu a construção de um outro edifício, com dezenas de quartos, além de duas piscinas e de um campo de jogos, obra que não chegou a ser inaugurada.
Ao abandono, pelo menos, desde 2005, data em que a Câmara anulou a concessão do complexo turístico a um privado, tendo criado uma empresa municipal para o explorar, a TerNisa, o que nunca aconteceu. O empreendimento entrou, então, num longo processo de degradação. “Está quase tudo partido”, assinala um deputado municipal, no ano seguinte.
Agora, ao entrar para o seu último ano de mandato, a atual presidente de Câmara, Maria Idalina Trindade, quer deixar o assunto resolvido, tendo o Município colocado o imóvel à venda, numa hasta pública cuja base de licitação é de 450 mil euros e para a qual podem ser apresentadas propostas até ao próximo dia 10 de outubro, diz em que se procederá à licitação “a partir do valor da proposta mais elevada”. Caso não surja qualquer proposta, a autarquia anuncia a possibilidade de proceder à venda por ajuste direto.
A hasta pública, consultada pela Alentejo Ilustrado, não indica a obrigatoriedade de manter o imóvel afeto à atividade turística, e esclarece que o valor correspondente à base de licitação decorre “de avaliação previamente realizada ao imóvel por técnicos devidamente habilitados, da qual resultou uma redução, tendo em conta a necessidade de investimento, pelo comprador, para repor as condições” do prédio.
O completo ocupa uma área de 75.840 metros quadrados, dos quais 1.473 metros quadrados correspondem a área edificada: 33 assoalhadas, arrecadações, terraços, piscinas e campo de jogos, “tudo em avançado estado de degradação”.
Há vários anos que a o Complexo Turístico do Fratel vai a hasta pública. Em 2021, por exemplo, a Câmara pedia um valor mínimo de 770 mil euros.