Campanha por mais habitação pública vai passar pelo Alentejo

A campanha nacional “Mais Casas Públicas, Menos Crise na Habitação" chegará ao Alentejo na próxima segunda-feira, com ações previstas em Portalegre. Beja e Évora também integram o roteiro dos protestos.

“Oito anos passados, 36 fogos abandonados” e “Ó IHRU [Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana] não ias fazer tu!” eram duas das principais frases das faixas que estavam penduradas na rede de arame farpado à volta do edifício da antiga Direção de Recrutamento Militar do Norte (DRMN), no Porto.

Ao som de músicas de Capicua e Gisela João, cerca de duas dezenas de pessoas concentraram-se junto ao edifício de seis metros de altura, devoluto e vedado com arame farpado para dar início à campanha que exige uma “solução política estrutural para o problema da habitação”, explica André Escoval, porta-voz nacional da Porta a Porta, entidade organizadora da campanha nacional.

“O que queremos demonstrar com esta campanha é que não há falta de oferta, nem há falta de património. Há, sim, falta de vontade política estruturada deste Governo”.

Para André Escoval, a campanha nacional por mais casas públicas faz sentido porque se está perante um problema que deixou de ser apenas de Lisboa e que é de “todo o país, sobretudo da zona litoral, mas também o interior” e até nas ilhas, sendo que nunca haverá uma solução estrutural para o problema da habitação em Portugal sem o aumento do parque público.

“Temos apenas 2% de parque público em Portugal, um dos mais reduzidos de toda a Europa. Podemos continuar a procurar fazer coisas, mas sem uma intervenção direta do Estado, no sentido de aumentar o parque público de habitação, não há solucionamento estrutural para o problema da habitação do nosso país”.

André Escoval diz que é inadmissível estar a pouco mais de um ano do fim do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e Portugal nem 10% ter do número de casas públicas prometidas. “Tivemos anunciadas 26 mil casas até ao final de 2026. Falta-nos um ano e pouco para chegar ao final do PRR e nem 10% deste número de habitações públicas foi construído. É inadmissível”, sublinha.

O dirigente da Porta a Porta critica ainda o Estado por não conseguir, ou não querer, apresentar o levantamento nacional do número de imóveis devolutos: “Não podemos continuar a ter edifícios que são património do Estado, que o Estado não conheça a sua propriedade, permita que seja desocupado e que não haja um plano seguinte”.

A campanha vai passar por 16 capitais de distrito e termina em 25 de fevereiro em Lisboa, junto ao edifício do antigo Ministério da Educação, na Avenida 5 de Outubro.

Partilhar artigo:

ASSINE AQUI A SUA REVISTA

Opinião

PUBLICIDADE

© 2025 Alentejo Ilustrado. Todos os direitos reservados.

Desenvolvido por WebTech.

Assinar revista

Apoie o jornalismo independente. Assine a Alentejo Ilustrado durante um ano, por 30,00 euros (IVA e portes incluídos)

Pesquisar artigo

Procurar