A ocupação de tempos livres em época de férias foi o ponto de partida. Mas as Férias Corais Jovens, este ano na sua sexta edição, vão muito para além dessa ideia inicial. Sim, o convívio juvenil através da música continua a ser importante, mas a ideia final é também a criação de um coro juvenil com atividade regular, atualmente inexistente na cidade de Évora. A orientação do coro, este ano, estará a cargo do maestro espanhol Alonso Gómez Gallego, doutorado pela Universidade da Extremadura.
“Este campo de férias corais”, diz Pedro Nascimento, diretor artístico e maestro do Coral Évora, “é uma iniciativa que tem na excelência musical um dos seus principais objetivos, tendo, no entanto, uma forte dimensão social e pedagógica, promovendo a integração social e o convívio através da música e do canto coral”.
Desde a sua primeira edição – e esta é já a sexta -, o número de participantes foi crescendo chegando aos 64. Depois veio a pandemia de covid-19, um tempo de paragem, o Coral Évora assumiu a organização no ano passado contando com a participação de 34 jovens, dos quais 14 foram “financiados” por entidades locais.
“Sabemos, através de inúmeros estudos científicos, que o contacto com a música, nomeadamente com a música coral, é um factor de redução do abandono escolar, da melhoria das competências de aprendizagem, da inclusão social, entre outros benefícios que se encontram devidamente documentados”, refere Pedro Nascimento, defendendo por isso a importância da “dinamização de iniciativas que possibilitem aos jovens conhecerem a música coral”.
Ao longo das várias edições, sublinha, são muitos os participantes que têm repetido a sua inscrição, sendo que a deste ano já estão inscritos alguns dos participantes do ano passado e há mesmo que se faça as “férias corais” desde 2017.
Os ensaios serão diários, sob a direção do maestro Alonso Gómez Gallego, com acompanhamento ao piano, e o diretor artístico do Coral Évora revela que “serão utilizadas as técnicas e práticas mais recentes no âmbito da pedagogia coral”, para assegurar “a adaptação aos ritmos e sonoridades de músicas do mundo, idiomas e temas diversos”.
Serão também abordadas questões técnicas, “como a respiração para o canto, a colocação e emissão vocal cuidada, por uma professora de canto”, estando igualmente previstas atividades “fora do âmbito musical”, como culinária, jogos tradicionais e de tabuleiro, dança ou visitas guiadas, entre outras. No último dia do evento, os participantes farão uma apresentação final, num concerto aberto às famílias e à população em geral.
O projecto conta com o apoio da Câmara de Évora e de juntas de freguesia do concelho, do Instituto Português do Desporto e da Juventude, da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, do Seminário de Évora, unidades hoteleiras locais, entre várias outras entidades públicas e privadas, nacionais e estrangeiras.
