João Manuel Nabeiro, que foi agora eleito presidente da Associação das Festas do Povo de Campo Maior, diz esperar que as Festas do Povo, classificadas pela Unesco como Património Cultural Imaterial da Humanidade, decorram no próximo ano e, embora reconheça dificuldades, refere que vai procurar envolver habitantes de 100 ruas da vila raiana para que possam decorar as respetivas artérias com flores de papel.
“A população é escassa, alterou completamente, digamos, a sua configuração. E a população está bastante envelhecida em algumas dessas ruas, principalmente na zona antiga, mas tentaremos ultrapassar essas mesmas situações com muito mais trabalho”, sublinha.
Realizadas por vontade popular, as seculares Festas do Povo de Campo Maior foram reconhecidas, em 2021, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Património Cultural Imaterial da Humanidade.
Estas tradicionais festas, realizadas pela última vez em 2015, são conhecidas por apresentarem dezenas de ruas, sobretudo no centro histórico, ‘engalanadas’ com milhares de flores de papel, feitas voluntariamente pela população.
Para perpetuar o legado deste evento, a Câmara de Campo Maior inaugurou, em 2022, um centro interpretativo dedicado às Festas do Povo, no antigo edifício do Assento Militar, após um investimento superior a 1,2 milhões de euros.
O Centro Interpretativo das Festas do Povo – Casa das Flores surgiu para “imortalizar” aquele evento, segundo o município.
No espaço é possível observar o contexto todo da festa, a sua preparação, a ‘enramação’ (decoração das ruas com as flores), o papel dos ‘cabeças de rua’ (uma espécie de capitão de equipa) e o papel que a mulher desempenha neste evento.
Texto: Lusa/Alentejo Ilustrado | Fotografia: Arquivo/D.R.
