Mariana Mortágua, como sempre do alto da sua superioridade moral, no passado 25 de Abril, na Assembleia da República, fez o discurso dos 50 anos de regime. Descascou no abominável capitalismo de alto abaixo, em contradição com tudo aquilo que ela é: doutoramento em Londres, moto japonesa, ténis Adidas… Isto é, vive à grande e à francesa, como poucos, graças ao capitalismo e, como o povo diz, “cospe no prato da sopa” com a maior das facilidades, impunemente.
É assim desde há 50 anos, como se nada fosse e como se isto não tivesse consequências graves na vida de todos nós. As Marianas deste país, no mínimo, têm de nos contar onde se vive bem em socialismo comunista para que consigamos verificar e validar as suas enormes vantagens.
É assim Portugal, não se explica claramente nos primeiros anos de escolaridade que os salários dos trabalhadores, e dos outros (ainda hoje não sei o que sou), não podem ser mais elevados por decreto. Só criando riqueza isso é possível.
Deve também ser ensinado às crianças na escola, se necessário com contas a feijões como antigamente, que o Estado não cria um euro de riqueza, cobra impostos às empresas e a nós e distribui, esperamos que bem, pela saúde, educação, justiça, cultura, etc.
Só com isto muito claro os portugueses podem fazer uma escolha séria sobre qual o modo de vida que preferem: um Estado todo-poderoso, que tudo pode, ou uma economia de mercado, devidamente regulada, que crie riqueza?
Num país prospero e justo, que premeie o risco e o mérito, não há confusões ou dúvidas nesta matéria. Não se confunde permanentemente a existência do Serviço Nacional de Saúde e cuidados de saúde prestados por privados. Só num país adiado, e absurdo, como Portugal é possível aceitar que há um ano mil funcionários das extintas Administrações Regionais de Saúde permaneçam num vazio laboral sem saber o que fazer, como veio a público recentemente.
Imagine-se irmos ao Pingo Doce ou Continente e vermos funcionários a passear nos corredores sem saberem o que fazer: ao fim do mês fechavam a porta. Isto é tanto mais absurdo quanto todos os dias sabemos e sentimos a falta de recursos no Serviço Nacional de Saúde. Com um Estado assim é impossível fazer um país próspero e justo.
A escolha tem de ser feita consciente e claramente. Temos de escolher se queremos ter casas de banho públicas imundas, “oferecidas” pelo Estado, ou se queremos uma casa de banho limpa onde pagamos 50 cêntimos para a utilizar, esta é a diferença entre o Estado e o mercado.
P.S. – Um ano depois, a empreendedora equipa da Alentejo Ilustrado (excelente exemplo de iniciativa privada) está de parabéns pela pedrada no charco deste Alentejo.