Pinto de Sá considera que a vitória nas autárquicas de domingo resultou do reconhecimento popular do trabalho que a coligação PCP/PEV realizou no concelho durante décadas. “Montemor-o-Novo reconheceu o trabalho que foi desenvolvido pelas câmaras sob a minha presidência e sabe que não houve projeto estruturante que não tivesse a nossa assinatura”.
Com 37,08% dos votos e três mandatos, a CDU voltou a conquistar o Município. O PS obteve 32,38% e dois mandatos, enquanto a coligação CDS-PP/PSD ficou em terceiro, com 22,63% e também dois eleitos.
Carlos Pinto de Sá, que cumpre o terceiro mandato à frente da Câmara de Évora, regressa agora a Montemor-o-Novo para um novo ciclo político. “A CDU tem provas dadas e trabalho feito”, sublinhou, considerando que estas eleições representaram “um reconhecimento da credibilidade” do projeto comunista.
Para o autarca, os últimos quatro anos foram marcados por promessas incumpridas do executivo socialista. “Durante estes quatro anos, a Câmara PS prometeu mudança, não mudou, prometeu muito, fez muito pouco e, naturalmente, as pessoas penalizaram o Partido Socialista por essa situação”, argumentou.
A população, acrescentou, votou maioritariamente na CDU porque deseja que Montemor-o-Novo “retomasse o desenvolvimento, a atenção particular às pessoas e às freguesias e que tivesse uma perspetiva de futuro mais risonho”.
Entre as suas prioridades está “um processo de reconciliação da Câmara com a população”, de modo a envolver “as pessoas, as empresas e as instituições” na discussão e nas decisões do município. “Por outro lado, há um conjunto de áreas que temos que analisar, rever, em muitos casos alterar, as orientações colocadas e avançar com as propostas que fizemos”, referiu, sublinhando que questões como perdas de financiamento e relações com o Governo “vão obrigar a um diálogo forte e persistente”.
Quanto à necessidade de entendimentos políticos para garantir uma governação estável, o presidente eleito mostrou-se otimista. “É possível, através da negociação, encontrar as formas de viabilizar os documentos e propostas fundamentais”, afirmou, lembrando que “havia áreas onde havia pontos de contacto entre as três forças políticas que estão representadas na câmara”.
Carlos Pinto de Sá espera que o diálogo com as restantes forças políticas “chegue a bom porto e tenha como perspetiva melhorar Montemor-o-Novo”.
Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: Arquivo/D.R.











