Cultura diz que há 250 mil euros para “acudir” às muralhas de Estremoz

Ministério da Cultura revela que há um investimento previsto de 250 mil euros para recuperar as muralhas de Estremoz. “É uma gota no oceano”, comenta fonte da extinta Direção Regional de Cultura (DRC) do Alentejo.Luís Godinho (texto) e Hugo Francisco (fotografia)

Fonte oficial do Ministério da Cultura garante à Alentejo Ilustrado que a antiga DRC do Alentejo, agora integrada na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, “mapeou” uma intervenção nas muralhas de Estremoz, onde há troços em risco de derrocada, “com um investimento previsto de 250 mil euros”.

Segundo a mesma fonte, o projeto será financiado no âmbito do Portugal 2030, competindo agora à CCDR do Alentejo “analisar a concessão de apoios financeiros que tenham por fim a conservação, salvaguarda e valorização do património cultural e a atividade cultural na respetiva área de intervenção”.

Na resposta a um conjunto de questões colocadas depois de termos noticiado o mau estado de conservação de vários troços da muralha do sistema fortificado de Estremoz, o gabinete da ministra Dalila Rodrigues refere que as muralhas, sendo propriedade do Estado, “não se encontram na dependência de nenhum organismo ou serviço do Ministério da Cultura”, uma vez que “uma parte foi cedida à Câmara de Estremoz e outra encontra-se sobre tutela da Estamo”, uma empresa pública criada para assegurar a administração de património imobiliário do Estado.

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Fonte da antiga DRC do Alentejo garante, no entanto, que os 250 mil euros agora anunciados não representam mais que “uma gota no oceano”, uma vez que a necessidade de obras de conservação e restauro “está mapeada em troços com uma extensão muito significativa, nos quais é preciso intervir para consolidar estruturas e evitar derrocadas, o que obrigaria a um investimento substancialmente mais robusto”.

Também em recente reunião de Câmara foi apontado um valor de investimento mais elevado. Na altura, o vereador Luís Pardal assegurou que os problemas estão identificados, mas que a intervenção envolve uma necessidade de investimento “superior a 360 mil euros”, que a autarquia “não consegue suportar”.

Chamando a atenção para o facto de o património cultural na região ser, desde janeiro deste ano, “representado” pelo Instituto Público do Património Cultural, a vice-presidente da CCDR do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, indica que técnicos da ex-DRC do Alentejo e da Câmara de Estremoz realizaram “visitas a alguns troços das muralhas medievais e modernas que apresentavam anomalias ou danos significativas nomeadamente fendilhação, lacunas ou ausência de revestimentos e derrocadas pontuais da muralha”.

Na sequência destas visitas, prossegue, foram elaborados relatórios “com o diagnóstico e medidas especificas para os sectores das muralhas visitados e proposta de medidas gerais para as fortificações de Estremoz nomeadamente a proposta de elaboração, por equipa técnica habilitada do levantamento e caracterização do estado geral de conservação das muralhas de Estremoz e execução em função das prioridades e faseadamente dos respetivos projetos de conservação/reparação”.

Ana Paula Amendoeira revela que os relatórios foram submetidos ao Município, “enquanto entidade afetatária de parte das muralhas e entidade gestora dos processos de licenciamento” e à Património Cultural IP.

Desconhecendo a existência de qualquer projeto de intervenção, a vice-presidente da CCDR do Alentejo garante que “sendo competência dos proprietários ou afetatários a elaboração do projeto de conservação dos bens de que são detentores ou gestores bem como a execução das respectivas obras” esta instituição “não deixará de acompanhar e apoiar” este processo e “contribuir, em articulação com o Património Cultural IP, para a respetiva promoção e execução, e, sempre que possível, a fonte de financiamento”.

Ainda de acordo com Ana Paula Amendoeira, a CCDR está “disponível para colaborar no que for considerado, embora saibamos que as dificuldades de captação de financiamento para a elaboração de estudos, projetos e obras estão na origem das dificuldades das entidades responsáveis para se avançar”.

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