A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, comprometeu-se a abrir concurso para apoiar a criação da Orquestra Regional do Alentejo e desafiou a associação Évora 2027 a tornar-se parceira do projeto.
“Assumo o compromisso da abertura do concurso para a Orquestra Regional do Alentejo, no âmbito das minhas funções ou, para lá delas, através desse compromisso na transição dos temas ao futuro Governo”, declarou a governante.
Dalila Rodrigues discursava na cerimónia de tomada de posse de John Romão e de Manuel Veiga como diretores artístico e executivo, respetivamente, da associação gestora de Évora Capital Europeia da Cultura 2027.
Sobre os novos dirigentes da associação, a ministra citou excertos das notas justificativas do júri dos concursos internacionais e manifestou-se satisfeita com as escolhas. “Hoje é o dia em que se constitui a equipa que vai transformar Évora 2027 num caso de sucesso, num êxito garantido”, sublinhou.
Quanto ao compromisso para a criação da Orquestra Regional do Alentejo, a ministra explicou que será aberto um concurso para a atribuição de incentivos do Estado ao desenvolvimento da atividade. O objetivo, acrescentou, é dotar as orquestras regionais, incluindo a do Alentejo, com condições de funcionamento para um período de quatro anos por concurso, com um montante global de cerca de um milhão de euros.
A governante destacou ainda que o Governo pretende mobilizar uma responsabilidade partilhada entre a Administração Central, os municípios e outras entidades, como a Associação Évora 2027.
“Vejo em Évora 2027, no empenho, competência, ânimo e disponibilidade da sua presidente, Maria do Céu Ramos, a melhor parceira para garantir a existência e a consolidação da Orquestra Regional do Alentejo”, reforçou.
Na sua intervenção, a presidente da Associação Évora 2027, Maria do Céu Ramos, recordou que o livro de candidatura da Capital Europeia da Cultura previa 27 milhões de euros para investimento em equipamentos e 49 milhões para atividades culturais e artísticas. Contudo, nenhuma das duas componentes estava plenamente assegurada no início deste ano.
A responsável destacou que a direção da associação conseguiu incluir os equipamentos previstos na reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência, tendo a União Europeia confirmado, este mês, a atribuição de 26 milhões de euros para obras culturais, a realizar até 31 de agosto de 2026.
O prazo é “muito breve”, alertou Maria do Céu Ramos, mas garantiu que a associação e os parceiros não deixarão de cumprir o caminho definido.
A dirigente revelou ainda que já estão programados 29 dos 34 milhões de euros a financiar pelo Governo no âmbito do programa artístico e cultural, inseridos no pacote global dos 49 milhões. As diligências para assegurar os restantes cinco milhões com a Autoridade de Gestão do programa Alentejo 2030 estão “em curso e bem encaminhadas”.
Quanto ao investimento de 10 milhões da Câmara de Évora, Maria do Céu Ramos acredita em “soluções viáveis” e salientou a “sólida parceria” com a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central para os cinco milhões previstos para a programação artística.
No encerramento da cerimónia, o presidente da Câmara de Évora e da assembleia-geral da associação, Carlos Pinto de Sá, sublinhou que agora é possível “dar um salto qualitativo na preparação de Évora 2027”, reiterando a disponibilidade do município para assegurar essa colaboração de forma intensa.