Numa pergunta dirigida ao ministro das Infraestruturas e Habitação, os deputados socialistas Nelson Brito e Ricardo Pinheiro querem conhecer os estudos técnicos “que sustentam a necessidade de encerramento total” da Linha do Alentejo, entre Casa Branca e Beja, por um período de 21 meses e perguntam se existe a possibilidade de realizar a obra de eletrificação mantendo os comboios a circular, “como em casos anteriores, usando interdições temporárias ou períodos noturnos”.
Os deputados reconhecem que a modernização das Infraestruturas rodoviárias, em particular deste troço, “é essencial para o desenvolvimento das regiões e para a melhoria das acessibilidades”, mas contestam a decisão da Infraestruturas de Portuga (IP) de suspender totalmente a circulação de comboios durante quase dois anos.
“A população e os autarcas locais”, escrevem Nelson Brito e Ricardo Pinheiro, “manifestaram receios de que este encerramento possa ser prolongado para além desse prazo, o que causaria graves inconvenientes às populações que dependem desta ligação para a sua mobilidade e ao desenvolvimento da região”.
Ainda de acordo com os deputados do PS, embora a IP justifique esta medida com a necessidade de construir uma nova plataforma e substituir os tabuleiros metálicos das pontes, “surgem questões relativamente à efetiva necessidade de encerrar a linha durante todo o período da obra e à criação de alternativas eficazes de mobilidade para as populações afetadas”.
Na pergunta dirigida ao gabinete do ministro Miguel Pinto Luz, os socialistas querem ainda saber que alternativas de transporte serão criadas e se está prevista a implementação de serviços rodoviários “que assegurem a mobilidade nas mesmas condições de horários e acessibilidade”. Num outro plano, questionam ainda o Governo sobre a eventual existência de planos de investimento adicionais, “incluindo a reabertura do troço Beja-Funcheira e a ligação ferroviária ao aeroporto de Beja, que possam potenciar ainda mais a importância estratégica da Linha do Alentejo”.