O júri deliberou, por unanimidade, atribuir o prémio a esta obra obra, entre os 17 manuscritos apresentados a concurso por autores de língua portuguesa, fundamentando a sua decisão na “qualidade literária e abordagem temática que concilia o imagético e onírico, desafiando o leitor para um jogo literário e interpretativo na descoberta de quem é o autor”.
Eduardo Palaio é natural do Seixal. Iniciou a sua atividade artística pelo desenho de humor, tendo publicado trabalhos, como colaborador no “Mundo Ri”, sob a direção de José Vilhena. Em 1966, expôs pela primeira vez trabalhos de desenho e pintura. Estreou-se na literatura com o livro infantil “Pinta-o às bolinhas azuis”, a que se seguiu o “Peregrinação de Artur Vilar” (2003) e a coletânea de contos “Caixa Baixa” (2011).
É a segunda vez que conquista o Premio de Conto Manuel da Fonseca. A primeira foi em 2010, com “Caixa Baixa”, vencendo no ano seguinte o Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores.
O júri decidiu, também por unanimidade, atribuir duas menções honrosas, a primeira ao original “Contos Psicoterapêuticos”, de Margarida Azevedo, pela “abordagem de um tema raramente evocado na literatura, numa construção literária original e bem urdida”. A segunda foi à coletânea “Brincadeiras de Gente Crescida”, de Luís Coelho, em virtude da “abordagem pertinente e original de novas realidades, com as quais nos confrontamos hoje em dia”.
O júri da 15ª edição do Prémio de Conto Manuel da Fonseca foi constituído por Luís Vendeirinho da Associação Portuguesa de Escritores, Maria Paula Mendes Coelho da Associação Portuguesa dos Críticos Literários e Ana Daniela Soares Ferreira jornalista e apresentadora de programas dedicados à literatura na televisão e na rádio.
De acordo com o Município de Santiago do Cacém, a atribuição deste prémio, no valor pecuniário de quatro mil euros, “
“presta homenagem” ao escritor Manuel da Fonseca, nascido no concelho e “figura incontornável da literatura portuguesa”, bem como “à sua obra, sobretudo através da forma narrativa do conto, em que o autor revelou toda a sua excelência”. Ao mesmo tempo, prossegue, “”contribui para a revelação de novos criadores em língua portuguesa”.