“O que agora é prioritário é garantir já as limpezas, porque vêm as primeiras chuvas em setembro e outubro e tornar-se-á num novo problema”, alertou o dirigente socialista. “Depois, há que olhar para o médio e longo prazo”, acrescentou, referindo-se à necessidade de “um programa para a valorização do interior”.
José Luís Carneiro considerou ainda que o debate parlamentar da véspera sobre os incêndios “serviu para alguns aproveitarem para fazer por uma certa chicana política”, defendendo que “no fim [da época dos incêndios], teremos uma comissão técnica independente e avaliaremos aquilo que não correu bem, o que deve ser melhorado”.
“O que as pessoas querem é que pensemos nos seus problemas e dificuldades”, insistiu o secretário-geral do PS, questionando: “Pergunto, um dia depois do debate, para que é que serviu o debate? Teve algum efeito concreto na vida das pessoas ou na melhoria das condições operacionais da Proteção Civil?”.
O líder socialista falava no início de uma visita à empresa de transformação de tomate Conesa, em Mora, integrada na rota “Pela Coesão e Valorização do Território”, que está a percorrer pela Estrada Nacional 2.
Questionado sobre o anúncio do Governo de que os bombeiros do Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais de 2025 vão receber uma majoração de 25% no vencimento diário, Carneiro respondeu apenas: “Tudo o que seja para ajudar as pessoas, parece bem, para financiar as instituições e reforçar esse financiamento”.
Sobre o convite do Governo para uma reunião com o PS em setembro, o secretário-geral afirmou que “achou muito bem que esses encontros se possam realizar e que sejam construtivos”, lembrando que o assunto está a ser acompanhado pelo líder parlamentar socialista.
Confrontado ainda com a questão colocada pelo PS à ministra do Trabalho, sobre a amamentação prolongada e o papel das comissões de proteção de crianças, escusou-se a comentar: “O líder da oposição não está a comentar declarações de assessores, tem é que comentar questões que têm a ver com propostas da ministra ou do Governo”.
Preferiu, em vez disso, destacar “o regresso a Portugal de mais de 30 mil emigrantes ao abrigo do programa Regressar”, medida lançada por anteriores governos socialistas.
Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: Nuno Veiga/Lusa