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Enófilos: Servas e Monte das Bagas melhores monovarietais do ano

Os vinhos monovarietais foram a concurso, pela primeira vez, nos prémios da Confraria dos Enófilos do Alentejo. Os melhores do ano (prémio grande ouro) foram para a Herdade das Servas Petit Verdot 2017 (tinto) e para o Monte das Bagas de Ouro Antão Vaz Reserva 2021 (branco). Luís Godinho (texto)

Estava escrito que o projeto vitivinícola de Cecília Carmo, ex-jornalista da RTP, com enologia de Nelson Rolo, não demoraria a impor-se. Está feito. O Monte das Bagas de Ouro Antão Vaz Reserva 2021 é o melhor monovarietal branco do ano, assim considerado pela Confraria dos Enófilos do Alentejo, que voltou a premiar os melhores vinhos da região.

E no princípio deste projeto era o sonho, o de Carlos Santos em fazer vinho. Comprada a herdade e plantada a vinha em 2015, ali para os lados de Serpa, ainda hesitou em avançar para a “loucura” da adega. Cecília Carmo, a mulher, e dois sobrinhos não deixaram que o projeto ficasse a meio. A equipa cresceu com o enólogo Nelson Rolo. E do tal sonho de Carlos Santos nasceu a Adega do Montado, um projeto de família que cruza gerações, apostado em dar a conhecer o que o Alentejo tem de melhor, mas de olhos postos na inovação e em produtos diferenciadores.

“É um projeto novo, de Serpa, uma das regiões mais quentes da Europa”, lembra Nelson Rolo (à direita na fotografia), acrescentando que a matriz genética da Adega “ é a conjugação de castas autóctones portugueses, com muito relevo para as alentejanas como o Antão Vaz da Vidigueira”, interrelacionadas em vinhos de lote com castas estrangeiras. “Houve um estudo muito grande a nível dos solos e quisemos ir um pouco mais além daquilo que é a oferta tradicional de castas portugueses, [aqui] conjugadas castas internacionais bem adaptadas a este terroir”.

Segundo Nelson Rolo, “inovar” e “potenciar” são dois verbos muito apreciados por quem se dedica ao projeto, daí surgindo vinhos como o espumante Monte das Bagas, “um espumante fresco, de qualidade superior”, um rosé, não por acaso feito a partir da casta Sangiovese, ou vinhos com “os perfis clássicos” do Alentejo, como o o Monte das Bagas de Ouro, um reserva 100% Antão Vaz, agora premiado.

Ex-jornalista da RTP, Cecília Carmo acrescenta a palavra”amor” a isto de sonhos e de vinhos. “Preparamos tudo isto com muito amor, estamos a crescer com os pés bem assentes no chão. A Adega do Montado é um projeto pequeno, mas com muitas pernas para andar”.

Nos monovarietais tintos, o pendor da balança caiu para o Herdade das Servas Petit Verdot 2017, premiando um produtor com provas dadas ao longo de anos. A ligação da família Serrano Mira a este universo remonta ao ano de 1667, data atestada por duas talhas que foram passando de geração em geração. E já passaram 13. Com um património vitivinícola de 350 hectares, divididos por oito vinhas distintas entre si, “mas que se complementam na sua identidade” nos concelhos de Estremoz e Borba, e instaladas a uma altitude média de 300 metros, entre a Serra d’Ossa e a de São Mamede, pelo enólogo Renato Neves, em estreita colaboração com Luis Serrano Mira. 

Este Petit Verdot 2017 apresenta-se com aromas a menta, bagas silvestres, hortelã e chocolate. É um vinho complexo, mineral, elegante e com um final fresco e persistente, cuja fermentação ocorre em lagares de mármore com controlo de temperatura e pisa, a que se seguem 12 meses em barrica de carvalho francês e mais dois anos em garrafa antes de chegar ao consumidor.

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