“É preocupante porque estamos a falar de uma câmara grande, de uma cidade importante, que movimenta milhões de euros por ano e que se prepara para fazer uma Capital Europeia da Cultura”, afirmou o artista.
Em causa está a participação do artista na edição do ano passado da Feira do Livro de Évora, realizada em abril de 2024.
Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, revelou que, na quinta-feira à tarde, quando soube das queixas do escritor e cineasta, pediu aos serviços municipais para verificarem o que se passava.
“Estamos a falar de um valor que é tão pequeno que não tem a ver com questões de tesouraria da câmara”, realçou o autarca, admitindo que possa existir “um problema burocrático ou uma falha nos serviços” para a falta de pagamento.
“Se aquilo que o senhor diz é verdade, e acredito que seja, não há razão para que isso aconteça. Só pode haver um lapso, que ainda não detetei”, acrescentou.
Vicente Alves do Ó denunciou a alegada dívida da autarquia e criticou a Câmara de Évora através de uma publicação nas redes sociais e, contactado pela Lusa, manteve o que escreveu. “Fica-lhes muito mal e este tipo de nódoas são feias”, sublinhou.
O escritor e cineasta contou que aceitou o convite da autarquia para marcar presença no certame com vista a apresentar o seu livro “Que a vida nos oiça”, a troco do pagamento de 250 euros.
“Aluguei um carro, pus-me a caminho de Évora, paguei a gasolina, as portagens e a minha alimentação, vim-me embora” e, depois disso, ainda “troquei mensagens com uma funcionária da câmara que tentava colmatar esta falta e eu mandei toda a informação que era preciso e fiquei à espera”, relatou.
O artista referiu que se lembrou, esta semana, que tinha “dinheiro a receber de uma câmara”, que essa alegada dívida já vai “fazer agora em abril um ano”, admitindo que optou por expor a situação nas redes sociais.
Segundo Vicente Alves do Ó, pouco depois de fazer a publicação a denunciar a alegada dívida, a Câmara de Évora enviou-lhe um ‘email’ a pedir os dados para proceder ao pagamento. “Isto é vergonhoso. Pelo menos, tinham feito as coisas bem feitas e esperavam três ou quatro dias e o mais triste é o email que me foi enviado nem sequer faz menção a um pedido de desculpas”, acrescentou.
