Após anos de dedicação e trabalho, a jovem artista finalmente partilha com o mundo a sua visão sonora, uma mistura única de música com o amor que tem pela sua terra, Estremoz. Sofia Assis, de 27 anos, estudou psicologia, neste momento trabalha numa instituição de reabilitação em Lisboa, mas confessa que música é o seu “grande amor” desde muito nova.
“O amor pela música surgiu muito cedo, mas não assumido…Tinha aulas de música, tocava flauta e adorava, tocava muito em casa, tinha um vizinho que tocava guitarra e que me ensinou. Depois o meu pai ofereceu-me uma, tinha eu 11 anos”. Por essa altura, lembra, já gostava igualmente de cantar, tanto em português como em inglês. Seguiram-se, no secundário, as aulas de piano, “para poder cantar e tocar ao mesmo tempo”, sendo que no 12.º ano de escolaridade mudou-se para Lisboa. “Comecei então as aulas de canto e foi aí que realmente assumi este amor pela música”.
Ao longo do tempo, Sofia Assis, confessa começar a perder a vergonha de cantar em público e é ao convite de um amigo que atua pela primeira vez ao vivo num bar em Veiros. Deste convite nasce um projeto que durou um ano, onde a dupla cantava músicas portuguesas, brasileiras, espanholas, ritmos diferentes do que a cantora agora aborda, e que decidiu encerrar para se lançar num projeto a solo. A sua “viagem” neste percurso inicia-se com “Muralha”, em conjunto com Luís Fialho.
“A ideia deste single surge para juntar duas paixões minhas, a música e a cidade de Estremoz, que me viu nascer e que eu tanto amo. Para mim fazia sentido, como primeira música, transmitir aquilo que sinto. Quando ouço esta música, ela transmite paz, amor, tranquilidade, era aquilo que eu queria”, diz Sofia Assis.
“Foi complicado para mim iniciar este projeto, a música não é um caminho simples, tive formação musical, mas não tive formação na produção, nas plataformas, na distribuição da música. Tudo isso, em Portugal, é bastante complicado, pelo queagradeço aos patrocinadores que me apoiaram. Apesar de ser o meu primeiro trabalho, tive vários comércios, a maior parte em Estremoz, que me apoiaram incondicionalmente e sem eles teria sido impossível”, acrescenta.
Lembrando que “há muita gente, neste momento, a cantar música portuguesa”, Sofia Assis reconhece que, por um lado, “isso é ótimo, já que melhoramos bastante a nossa cultura musical portuguesa”, mas por outro lado, “é também algo que nos condiciona, enquanto profissionais, pois há muita coisa a ser feita. Então os produtores não chegam para tantos artistas e acaba por haver menos oportunidades para podermos mostrar a nossa arte”.
“Pretendo lançar várias músicas novas, tenho muita vontade de lançar já mais músicas, quero mostrar mais e melhor, já sei o que correu bem ou mal nesta música, agora é corrigir o que correu menos bem e focar-me a 100% na música”, acrescenta a cantora, segundo a qual a música é uma constante aprendizagem.
“Este caminho não é simples, mas temos de arriscar e ver como corre, aprender com o que corre mal, explorar outros estilos, talvez outros estilos que não estejam muito presentes emPortugal, também para ganhar aquele fator da diferença e ter esperança”.