Outro concelho para seguir com particular atenção na noite eleitoral. Primeiro porque nas últimas legislativas Chega e PSD foram os partidos mais votados. Depois, por Luís Mourinha, um dos “dinossauros” do poder local, está de regresso à política ativa.
São cinco os candidatos à presidência da Câmara de Estremoz, com José Daniel Sádio a tentar a reeleição. “Sinto que há condições para continuarmos o projeto que há três anos iniciámos e que não se esgota num único mandato”, disse, acrescentando: “Sabemos onde queremos chegar e como o podemos fazer, por isso precisamos de mais” quatro anos.
As autárquicas marcam o regresso de Luís Mourinha à política ativa. Eleito como independente nas listas da CDU presidiu ao Município durante 12 anos, a que se seguiram mais três vitórias eleitorais (2009, 2013 e 2017) à frente do Movimento Independente por Estremoz (MiETZ), pelo qual volta a concorrer, agora em coligação informal com o Nós Cidadãos.
Dizendo pretender “mudar o fado” a Estremoz, Luís Mourinha acusa o atual presidente de “não merece estar no cargo” e considera que “o problema deste Executivo é que entrou com contas certas e dinheiro em caixa”.
A atual vereadora e ex-deputada Sónia Ramos repete a candidatura pelo Movimento Estremoz com Futuro, liderado pelo PSD. Há quatro anos conseguiu recuperar a representação autárquica dos sociais-democratas. Agora, diz, a expectativa é de melhorar o resultado: “Acreditamos que Estremoz merece mais. Merece uma política eficaz de habitação, uma aposta séria nos jovens, nas empresas, no património e na cultura. Queremos uma cidade mais segura, mais limpa, mais justa e mais atrativa”.
Pela CDU será o geólogo e investigador da Universidade de Évora Noel Moreira a liderar a candidatura à Câmara. Ele que acusa o PS de deixar “muito por fazer”, lamenta o abandono do Bairro de Santiago, falhas na habitação e a ausência de estratégia para resolver os problemas do abastecimento de água.
Ter sido o partido mais votado nas legislativas de maio permite ao Chega acalentar esperança numa melhoria significativa do resultado autárquico – em 2021 não conseguiu mais de 321 votos (4,8%). “Ninguém concorre a pensar que vai perder”, diz Rui Jorge Coronha, técnico de lagar, deputado municipal e o cabeça-de-lista do Chega.
Texto: Alentejo Ilustrado | Fotografia: Arquivo/D.R.











