Os problemas de instabilidade no muro da Rua dos Fidalgos, junto ao Largo de D. Dinis – troço do sistema fortificado de Estremoz – foram detetados em novembro de 2022, reconhece o Município, garantindo que, desde então, os “tem tentado resolver”. Sem sucesso.
O abandono, a falta de intervenção e a chuva do passado domingo provocaram o desmoronamento desse troço, o que motivou a marcação de uma reunião, para esta segunda-feira, entre o presidente da Câmara de Estremoz, José Daniel Sádio, e a vice-presidente da CCDR do Alentejo, Ana Paula Amendoeira. A reunião contará com a presença de técnicos “para avaliação” dos danos causados. O objetivo, refere a autarquia, é “a reparação do Muro dos Fidalgos, com a maior brevidade possível”.
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Fonte da ex-Direção Regional de Cultura (DRC) do Alentejo é clara: a responsabilidade pela conservação deste património recai sobre a “entidade afetatária” – neste caso, a Câmara de Estremoz – embora a Património Cultural Instituto Público “tenha igualmente responsabilidades, uma vez que tem por missão a salvaguarda dos bens classificados”. O Castelo e todo o sistema fortificado de Estremoz encontram-se classificados como Monumento Nacional.
De acordo com o Município, dois meses depois de os problemas terem sido identificados, foi concluída a avaliação técnica realizada pela ex-DRC do Alentejo, indicando “as medidas a adotar”, tendo a realização do projeto de requalificação sido “contratada” em junho de 2023. Ao longo do ano seguindo, foi “elaborado relatório prévio e estudo prévio”, foram realizadas “sondagens geotécnicas” e o projeto obteve parecer final da CCDR a 6 de maio de 2024.
Ainda segundo o Município, os dois primeiros concursos para a empreitada de requalificação, lançados em junho e agosto do ano passado, acabaram por ser “revogados”, uma vez que “nenhuma das empresas convidadas” apresentou proposta. “Entretanto” – prossegue – “foi feita nova revisão do projeto e da estimativa orçamental”, com vista à abertura de novo concurso.
No esclarecimento agora divulgado, a Câmara diz não ter “sido indiferente” ao problema, lamenta o que classifica de “oportunismo político” em torno deste caso e apela à “coesão e união”, por estar em causa o património histórico e cultural do concelho.