A partir do livro “No Limite da Dor”, de Ana Aranha e Carlos Ademar , a Lendias d’Encantar leva a palco uma peça homónima com quatro histórias que se entrelaçam e trazem para o presente a experiência vivida por milhares de portugueses às mãos da PIDE durante os anos da ditadura.
Com encenação e cenografia do cubano Julio César Ramirez e interpretação de António Revez, trata-se de uma “uma profunda reflexão sobre resistência, o medo, a humilhação, a dor e a dignidade do ser humano”.
De acordo com a sinopse, duas mulheres (Georgina e Conceição) e dois homens (Luís e Domingos), transitam durante 75 minutos ante os nossos olhos, mas não são personagens teatrais, são personagens reais que testemunham através da emoção e da técnica de um grupo de atores, experiências por eles vividas e que nos chamam a atenção para a importância dos ideais, das convicções e da família.
“No Limite da Dor”, diz a Lendias d’Encantar, é uma peça que pretende dar a conhecer e suscitar o debate, sobre as situações colocadas pelas personagens. “São, sem dúvida dados importantes para que possamos preservar uma memória coletiva, sobre acontecimentos tão dramáticos vividos pelo povo português”.
A decorrer durante todo o mês de novembro, a 26.ª edição do Festival, o mais antigo dedicado ao teatro de amadores em Portugal, leva a Évora não só grupos amadores como profissionais de todo o país, tendo por objetivo “promover o acesso à cultura e fortalecer a cena teatral na região”.
A SOIR lembra que a história deste festival “está profundamente ligada ao desenvolvimento cultural do Alentejo e à democratização do acesso às artes em Portugal”, tendo-se consolidado, ao longo das décadas, como um espaço de experimentação, inovação e troca de experiências entre grupos amadores e profissionais do teatro”.
“Ao reunir artistas amadores de várias regiões”, acrescenta a SOIR, “o festival também incentiva o fortalecimento do tecido cultural alentejano, proporcionando uma plataforma para expressões culturais e artísticas diversas”.