O evento pretende dar visibilidade à olaria tradicional de Estremoz e de várias outras regiões do país, reunindo oleiros de diferentes territórios, que irão expor as suas peças e realizar demonstrações ao vivo. “Queremos valorizar a olaria como expressão cultural, preservando saberes ancestrais e aproximando o público destes mestres do barro”, refere a organização.
Durante os três dias do encontro, o programa inclui colóquios, momentos de convívio e música tradicional. O público poderá assistir a atuações de grupos de cante alentejano – reconhecido pela Unesco como Património Cultural Imaterial da Humanidade – e às tradicionais saias do Alto Alentejo.
Um dos momentos mais aguardados está marcado para domingo, 21 de setembro, às 12h00, com a realização da cocaria. Esta prática gastronómica recupera um antigo método de confeção de alimentos dos trabalhadores agrícolas alentejanos, que cozinhavam ao ar livre em panelas de barro recheadas com grão, pão, enchidos, carnes salgadas e hortícolas.
“A cocaria é mais do que uma refeição: é um testemunho vivo da partilha comu- nitária e da ligação entre o barro e a mesa alentejana”, sublinha a ADOE.
No âmbito do encontro, realiza-se ainda o colóquio “Recentrar: Memória, Barro e Saber-fazer”, no Castelo de Évora-Monte. O fórum vai reunir investigadores, artesãos, colecionadores e representantes de instituições culturais e académicas. O objetivo é refletir sobre a olaria tradicional, reforçando pon- tes entre o conhecimento científico e o saber-fazer artesanal.
“Acreditamos que este diálogo entre academia e tradição é essencial para garantir a continuidade da olaria enquanto património material e imaterial, inspirando novas gerações e reforçando a identidade cultural do nosso território”, acrescenta a organização.
O Encontro Nacional de Olaria 2025 promete ser um espaço de partilha e celebração em torno da cerâmica tradicional, envolvendo comunidade, artesãos e investigadores num tributo ao barro e à cultura alentejana.
Texto: Alentejo Ilustrado | Fotografia: Arquivo
