Com a presença do presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, o Évora Pride abriu a sua segunda edição com o hastear a bandeira LGBTQIA+ no Palácio de D. Manuel, dado que o edifício dos Paços do Concelho continua em obras. Alexandre de Barahona (texto e fotografia)
Da parte da tarde procedeu-se à inauguração pública de uma exposição de pintura, à imagem daquela que há um ano foi assaltada e danificada por três indivíduos, mas desta feita numa sala da Sociedade Harmonia Eborense, na Praça do Geraldo.
A curadoria da exposição ficou a cargo de André Batista, que reforçou “aquilo que aconteceu no ano passado, foi claramente motivado por falta de informação e educação sobre estes temas e problemáticas”.
Instado sobre a ocorrência de 2023, se houve identificação dos autores que invadiram a exposição, “não sei e não queremos saber, isso diz respeito às autoridades competentes e continua sob investigação” afirma o responsável.
“Esta exposição atual só existe porque os artistas que colaboraram, o fizeram de forma gratuita e corajosa. Temos de perceber que quando na edição passada, destruíram obras de arte, o objetivo era o de nos incutir o medo, e nomeadamente aos autores dos quadros expostos”. Algo que visivelmente não resultou, “querem-nos pôr de novo dentro de uma caixinha, e não é esse o caminho para a frente, não só da comunidade LGBT, mas para a sociedade em geral”.
Intitulada “Missiva de Amor e Ódio 1.0”, trata-se de uma exposição coletiva. “Tendo em conta o caminho que se começa a desenhar para as minorias em Portugal nos próximos tempos, com o aumento do discurso de ódio a subir para valores que até a bem pouco tempo seriam inimagináveis”, o Évora Pride decidiu abrir a possibilidade de participação a todos os artistas visuais do país.
“Achámos que falar sobre dar amor quando se recebe ódio em troca, continua a ser um tema premente e necessário”, diz a comissão organizadora, que integra, entre outras associações, a Sociedade Harmonia Eborense e o Núcleo Feminista de Évora.
O Évora Pride vai decorrer durante toda a semana, até ao domingo dia 9 de junho, com inúmeras manifestações espalhadas pela cidade de Évora.
