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Évora: PSP vai retirar 50 pessoas de edifício ocupado de forma “ilegal”

A PSP está a preparar uma operação para retirar cerca de 50 pessoas que ocuparam de forma "ilegal" o edifício da antiga “Vivenda”, um bar que funcionou em Évora e está encerrado há vários anos.

A revelação da operação policial, que irá inclui outras entidades, foi feita pelo presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, na reunião pública da autarquia. “Irei acompanhar com o comandante da PSP a preparação desta intervenção (…) é inadmissível a situação que ali se está a viver, temos um problema de segurança pública que, não havendo esta intervenção, irá aumentar”, sublinhou o autarca.

O anúncio de Carlos Pinto de Sá surgiu na sequência de uma intervenção de moradores da Vila Académica, segundo os quais os habitantes do bairro atingiram “o limite dos limites”. Segundo contaram, os problemas arrastam-se, pelo menos, desde 2021, quando o edifício da antiga “Vivenda”, abandonado e emparedado há vários anos, foi “desemparedado e ocupado ilegalmente” por diversas famílias. 

“Até determinado ponto”, prosseguiu uma moradora, “era uma convivência não saudável, não desejada, mas tolerável, até que chegou um ponto em que começaram a aparecer mais pessoas”. Na sequência de diversas queixas houve uma primeira intervenção por parte da polícia “e a situação ficou resolvida”, mas apenas por algum tempo. “Pouco tempo depois voltámos a ver o imóvel ocupado, temos diferentes famílias alojadas nos diferentes pisos”, relatou a mesma moradora, calculando em cerca de 50 as pessoas que agora ali residem, entre as quais muitas crianças e adolescentes.

“Fomos convivendo com isto, sempre que havia uma situação mais problemática pedíamos apoio à PSP, que teve sempre uma ação muito passiva (…) não sentimos qualquer apoio e a primeira resposta, invariavelmente, sempre que pedimos ajuda, é que a Câmara é que tem de agir”, disse a moradora, sublinhando que apesar de não se tratar de um caso único – “observamos acampamentos ilegais por toda a cidade” – os moradores da Vila Académica “duvidam que haja algum” com maior proximidade às casas.

Garantindo que “tudo o que possamos descrever não é nada comparado com o que possa ser visto no local”, apontou várias das razões de queixa dos moradores da Vila Académica: “não conseguimos ter descanso, é evidente o receio que temos, somos ameaçados a toda a hora, somos invadidos nas nossas casas a toda a hora, a saúde pública é posta em causa a toda a hora”. Na sua intervenção, queixou-se ainda de “ameaças e ofensas” aos moradores.

“Não desvalorizando todas as outras situações, a nossa tem particularidades… o proprietário não autoriza a permanência, parece-nos que estão reunidas as condições para que haja uma atuação [policial]. Pela persistência e gravidade a que chegámos não temos condições para continuar à espera que alguma coisa aconteça”, concluiu.

Na resposta, além de anunciar a operação da PSP, o presidente da Câmara de Évora confirmou que a autarquia tem recebido queixas sobre este caso, desde “há alguns anos”, tendo contactado os proprietários do edifício que terão feito uma declaração garantindo que não autorizam a ocupação do imóvel ou a instalação de um acampamento no terreno circundante. 

“Essa declaração existe, liguei ao comandante da PSP no sentindo de o alertar para isto e para a necessidade de haver uma atuação [policial]” para “repor a legalidade e a segurança que neste momento não existem”, sublinhou o autarca, segundo o qual o problema é “não só é inaceitável como tenderá a agravar-se”.

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