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Executivo CDU da Câmara de Évora quer interditar acesso aos Almendres

A revelação foi feita por Carlos Pinto de Sá na mais recente reunião de Câmara: a autarquia quer proibir o acesso automóvel ao Cromeleque dos Almendres. Luís Godinho (texto) e Manuel Calado (fotografia)

Os quatro quilómetros de estrada rural entre Guadalupe e o Cromeleque dos Almendres, que se encontram em mau estado de conservação, irão continuar… como estão. “Não os arranjámos propositadamente, para evitar que haja uma enorme afluência de trânsito [ao monumento]”, disse o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, na mais recente reunião pública da autarquia.

Lembrando que os Almendres, em virtude das obras de “salvaguarda e conservação” iniciadas em outubro do ano passado, ainda “não estão abertos ao públicos”, o autarca referiu que, apesar disso, “tem havido muita gente” a procurar visitar o monumento, sendo que a autarquia está a trabalhar, conjuntamente com o Grupo Pro-Évora, numa “solução” para regular o acesso ao local.

“Essa solução”, referiu Carlos Pinto de Sá, “pode passar por reter os visitantes na aldeia [de Guadalupe] e ter um ‘vai-vém’ que permita controlar o acesso de visitantes”. A partir deste momento o acesso automóvel ao monumento ficará impedido, exceto à viatura municipal que assegure o transporte dos visitantes.

Para já, acrescentou, a ideia é implementar “pequenas intervenções” que afastem os turistas do interior do recinto megalítico. A interdição do acesso automóvel será a próxima etapa. “A situação que existia era impensável, tínhamos lá milhares de pessoas sem nenhum controlo e temos de encontrar soluções [para evitar que isso aconteça]”, referiu.

A intervenção em curso no Cromeleque dos Almendres tem sido duramente critica por diversos arqueólogos, entre os quais Manuel Calado, cuja tese de doutoramento incidiu sobre os menires do Alentejo Central “Tenho visitado os Almendres regularmente, tentando acompanhar o disparate em curso: de cada vez que cá venho, vejo cada vez mais prado natural e menos menires”, escreveu Manuel Calado na sua página de Facebook.

Anteriormente já tinha afirmado que “o que está a ser feito, supostamente para proteger o monumento, é um atentado ao monumento… e, sobretudo às pessoas que o visitam”, defendendo que “o limite máximo da reposição dos solos deveria ser o topo das estruturas de sustentação que, em muitos casos, estão bem visíveis. Tudo o que ultrapassar esse limite (terra ou vegetação), é excessivo”.

De acordo com a Câmara de Évora, a reposição do solo e sementeira de prado que foi feita nos últimos meses “é importante e absolutamente necessária para salvaguardar a solidez de implantação dos elementos líticos do cromeleque, defendendo-o da ação nociva da erosão”.

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