Intitulada “Pinturas e Desenhos Inconjuntos – 1955-1997”, a mostra resulta de uma colaboração entre os Municípios de São João da Madeira, Almada e Serpa, sob a curadoria de Nuno Faria.
O objetivo da parceria é dar a conhecer a evolução estética do pintor nas suas últimas quatro décadas de vida e o impacto dessa obra na arte portuguesa, já que as três autarquias o consideram “um dos mais notáveis artistas portugueses do século XX” e atribuem ao seu trabalho e percurso uma “invulgar singularidade” no panorama das artes nacionais do mesmo período.
“A sua obra, no domínio da pintura, é marcada por uma vontade indómita de reinvenção interna, acompanhando e, por vezes, anunciando tendências estéticas internacionais”, diz a Oliva, em comunicado. “Entre o abstracionismo e a figuração, o realismo mágico e o fulgor pop, culminando na paisagem metafísica, Francisco Relógio surpreendeu sempre pela notável coerência e continuidade”, acrescenta a mesma nota.
Natural de Vila Verde de Ficalho, no concelho de Serpa, Francisco Relógio está representado no Museu Nacional de Arte Contemporânea e em diversas coleções nacionais e estrangeiras. Durante o seu período ativo, participou em diversas exposições, das quais se destacam a “Group Surrealist Exhibition”, nos Estados Unidos, e “Surrealismo e Pintura Fantástica”, organizada por Mário Cesariny.
A partir de 1963 dedicou-se à pintura mural e ao estudo do azulejo, produzindo painéis e cartões de tapeçaria para várias entidades do país, e integrando inclusivamente a Exposição Internacional de Cerâmica no Victoria & Albert Museum de Londres.
Em paralelo, o artista também dirigiu uma peça na Casa da Comédia, em Lisboa, e colaborou em vários espetáculos de teatro no Porto, em Cascais e Coimbra, tendo ainda ilustrado vários textos de escritores e poetas portugueses.
Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: D.R.











