Criação de Filomena Oliveira e Miguel Real, “Florbela, Florbela” é num espetáculo por onde passa a vida e a obra da poetisa com três personagens, três atrizes: a que representa Florbela, a atual que interpreta o papel da escritora na peça e a encenadora e autora.
“Esta peça”, sintetiza Miguel Real, “é igualmente uma homenagem à mulher portuguesa, sobretudo à mulher do interior, que, mais do que a das grandes cidades, viveu durante o regime do Estado Novo segundo um estatuto social de opressão e de humilhação”.
Subirá ao palco do Garcia de Resende este domingo, pelas 16h00. No âmbito do Encontro de Teatro Ibérico, Évora receberá seis companhias de Portugal e Espanha, com espetáculos todos os dias. Haverá ainda espaço para conversas antes dos espetáculos, entre as 16h00 e as 18h00, onde será bem-vinda a partilha de ideias num formato de debate livre e aberto ao público. “Os moderadores”, diz o Cendrev, “serão os representantes das companhias, assim como outros convidados (atores, cenógrafos, dramaturgos, figurinistas, iluminadores ou músicos”.
No último dia, às 21h30 terá ainda lugar uma conferência de encerramento sobre “Teatro e Sociedade, Hoje”. Para hoje está igualmente agenda a distribuição do primeiro número do “Caderno dos Encontros”, que guardará toda a informação sobre os espetáculos, as conversas, as comunicações, e também imagens dos dias
desafiantes de convívio entre autores, atores e público.
“Esperamos poder comprovar que habitamos um território linguístico com profundas afinidades artísticas e culturais. Tudo isto, naturalmente, com a implicação do nosso público”, diz fonte da companhia.
O Encontro de Teatro Ibérico teve a sua primeira edição em 2003 numa parceria do Cendrev com o Instituto Internacional de Teatro do Mediterrâneo para “desenvolver relações no espaço ibérico que contribuíram para aproximar estas duas realidades através do conhecimento das dramaturgias e do trabalho teatral
realizado em ambos os países”.
A companhia refere que nesta edição é recuperado “o formato experimentado no primeiro ciclo destes encontros, que prevê a apresentação de espetáculos, a participação de alguns convidados de ambos os países e aproveitar esse tempo na cidade também para conversar sobre as peças em cena”.
Tome nota da programação:
“Desumanização”, de Valter Hugo Mãe, pelo Teatro Art’Imagem
4 de novembro, 19h00
“Paraíso”, de Inmaculada Alvear – Teatro del Astillero
5 de novembro, 19h00
“A noite canta os seus cantos”, de Jon Fosse – BAAL17 –
6 de novembro, 19h00
“Sahara – Crónica del Desierto”, de Chema Cardeña – Tranvía Teatro
7 de novembro, 19h00
“Territórios de Liberdade”, de Zé Paredes – Companhia Certa da Varazim Teatro e Tanxarina
Títeres
8 de novembro, 19h00