GEOTA alerta para impactes negativos significativos de três centrais solares em Évora

Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) diz que as três centrais fotovoltaicas projetadas para o concelho de Évora implicam impactes negativos “significativos e em parte irreversíveis” num território com valor ecológico.

Em comunicado, o GEOTA considera que estes três projetos, previstos para a zona de Graça do Divor e Évora, “dada a sua dimensão individual e cumulativa, terão impactes negativos significativos e em parte irreversíveis”, designadamente ao nível dos “solos, linhas de água, paisagem, fauna e flora num território com valor ecológico”.

O Grupo informa ter participado na consulta pública da Proposta de Definição do Âmbito (PDA) do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da Central Fotovoltaica Sol de Évora, que terminou na segunda-feira, defendendo que o EIA deve detalhar os fatores ambientais, considerar desenhos alternativos da central e evitar o abate de árvores protegidas, ressalvando que, se houver mesmo abate, deve ser compensado por excesso no local da central ou na sua proximidade.

A organização ambientalista diz ainda ter expressado “preocupações face aos impactos cumulativos no território”, considerando os outros dois projetos anunciados, e argumentado que o EIA “deve considerar medidas ambiciosas, vinculativas, quantificáveis e monitorizáveis para os mitigar e compensar”. 

“O GEOTA concorda com a aposta em energia solar, considerando-a essencial para a segurança e sustentabilidade do sistema energético português”, referiu a mesma fonte, sublinhando “os impactes ambientais e sociais cumulativos da instalação de três centrais fotovoltaicas de grandes dimensões” na zona do Divor. Estes impactes, defende, “devem ser adequadamente considerados nos estudos de impacte ambiental”.

Além do projeto da Central Fotovoltaica Sol de Évora, que prevê ter uma potência instalada de 800 megawatts (MW), estão previstas a Central Solar Fotovoltaica da Graça do Divor, com uma potência instalada de 260 MW, e a Central Solar Fotovoltaica de Divor, que terá uma potência instalada de 210 MW, recordou o GEOTA, salientando que, no total, estão em causa 1,3 gigawatts (GW) de potência instalada. 

Por isso, insistiu, é fundamental que o EIA da Central Fotovoltaica Sol de Évora, que é “a maior central das três propostas para o território”, esclareça qual a real compatibilidade dos três projetos para injetar eletricidade na rede. Acresce que estes projetos “representam elevados investimentos, mas poucas contrapartidas para a socioeconomia local, incluindo ao nível de geração de emprego”.

Fotografia | Cabrita Nascimento/”Alentejo Ilustrado”

Partilhar artigo:

ASSINE AQUI A SUA REVISTA

Opinião

BRUNO HORTA SOARES
É p'ra hoje ou p'ra amanhã

PUBLICIDADE

© 2025 Alentejo Ilustrado. Todos os direitos reservados.

Desenvolvido por WebTech.

Assinar revista

Apoie o jornalismo independente. Assine a Alentejo Ilustrado durante um ano, por 30,00 euros (IVA e portes incluídos)

Pesquisar artigo

Procurar