Os dados provisórios da Guarda, divulgados hoje para assinalar o Dia dos Namorados e para promover a campanha “Estamos cá para te ajudar”, indicam que durante o ano de 2024 foram registados 1.592 crimes e em 2023 tinham sido 1.497.
Em 2024, no âmbito desta temática, a GNR realizou cerca de 250 ações de sensibilização, que contaram com a participação de mais de 430 militares, tendo sido sensibilizados mais de 10.700 alunos.
A campanha “Estamos cá para te ajudar” visa “sensibilizar para a importância da eliminação de todas as formas de agressão em relações de namoro, especialmente entre os mais jovens, onde esses comportamentos são precoces, evitando a sua repetição no futuro”.
Com o objetivo de prevenir os comportamentos de risco, a GNR alerta os jovens para a não aceitação da violência, apelando e incentivando à denúncia de qualquer forma de agressão, seja psicológica ou física, incluindo ações que se enquadrem no ‘cyberbullying’ ou no ‘stalking’ digital.
A GNR lembra que “a violência no namoro manifesta-se através da violência psicológica e física, e o impacto desta violência em idades precoces, pode resultar na aceitação da mesma no futuro, comprometendo as vítimas, as suas famílias e a sociedade em geral”.
Também a Polícia de Segurança Pública (PSP), que tem em curso nas escolas a campanha de sensibilização “No Namoro Não Há Guerra”, divulgou que em cinco anos registou 9.923 denúncias por violência no namoro.
De acordo com a PSP, em 2019 foram recebidas 2.185 participações; em 2020, 2.051; em 2021, 2.215; em 2022, 2.109; e, em 2023, 1.363.
Igualmente, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) revelou hoje que em 2024 apoiou 1.023 vítimas de violência no namoro, 322 dos quais pediram ajuda enquanto ainda estavam na relação, sendo a maioria mulheres.
De acordo com os dados da APAV, 322 vítimas pediram ajuda enquanto ainda estavam na relação, 308 (92,8%) das quais estavam num relacionamento heterossexual e 18 (5,4%) em relacionamento homossexual. Relativamente à faixa etária, a maioria das vítimas tinha entre os 18 e os 44 anos, de acordo com a APAV que pela primeira vez apresenta estatísticas sobre violência no namoro.
A associação indica que 691 vítimas recorreram ao apoio após o fim da relação, 637 (92,2%) das quais em relacionamento heterossexual e 44 (6,4%) em relacionamento homossexual. A maioria das vítimas são mulheres (87,7%) com idades entre os 25 e os 34 anos.
Segundo os dados da APAV, 65,1% das vítimas que pediram ajuda durante a relação são de nacionalidade portuguesa e 22% estrangeira. Relativamente às vítimas que procuraram auxílio após o fim da relação, 71,7% eram de nacionalidade portuguesa e 18,5% estrangeira.
Quanto a denúncias, a maioria foram feitas em Lisboa (90 durante a relação e 215 após o fim do relacionamento), Porto (47 durante a relação e 106 após o fim da relação).
Segundo a APAV, a maioria dos agressores das vítimas que pediram ajuda durante a relação são do sexo masculino (89,2%) e mulheres (9,9%). No caso das vítimas que pediram apoio após o fim da relação, a maioria dos agressores são homens (88,6%) e mulheres (10,5%).
A APAV indica também que foram registados 94,1% de crimes de violência doméstica e 5,9% de outros crimes e formas de violência durante o relacionamento.
“A violência no namoro acontece quando, no contexto das relações de namoro, um dos parceiros recorre à violência com o objetivo de se colocar numa posição de poder e controlo. Esta violência pode assumir diferentes formas e nenhuma pode ser tolerada”, alerta a APAV.
A Linha de Apoio à Vítima está disponível para ajudar em casos de violência doméstica. A chamada é gratuita e confidencial. Basta ligar: 116 006.