“Espero, sinceramente, que seja para fazer a atualização do protocolo entre o Município de Évora e o Governo que permita construir os acessos e a rede de abastecimento de água e saneamento”, afirmou o autarca, depois de o Governo ter anunciado a aprovação de um reforço de 32 milhões de euros para as obras do novo Hospital Central do Alentejo (HCA), atualmente em construção.
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, considerou, na conferência de imprensa após a reunião de hoje do Conselho de Ministros, que este reforço de verbas para a empreitada é “indispensável para que a obra se faça”.
Contactado pela Lusa, o autarca de Évora lembrou que a Câmara aguarda a alteração de um protocolo assinado com o anterior governo para assumir competências pelas expropriações para as acessibilidades e infraestruturas do novo hospital.
A atualização do protocolo, detalhou Pinto de Sá, prevê “as expropriações, com o valor de 450 mil euros, os acessos, que rondam os 12 milhões de euros, e a rede de abastecimento de água e saneamento, na ordem dos 2,2 milhões de euros mais IVA”.
“Estou com curiosidade em perceber se este dinheiro é para aqui ou se foi esquecido, mais uma vez, o protocolo e a obra dos acessos e da rede de água e abastecimento”, suscitou o autarca, alertando que estes trabalhos “não podem avançar sem as expropriações”.
Salientando que não foi informado, nem sabe a que se destinam as verbas, o presidente do município, eleito pela CDU, considerou, ainda assim, que “este reforço é sempre importante” e aludiu a alegados problemas na empreitada.
“As verbas que faltavam para o funcionamento do hospital eram substancialmente maiores, mas desconheço as negociações com o consórcio de empreiteiros”, referiu, alegando que “haveria um pedido de reequilíbrio económico e financeiro da obra”.
Questionado obre o atual cenário de eleições antecipadas e eventuais implicações nas obras do hospital, Pinto de Sá defendeu que esse panorama “causa sempre problemas de gestão operacional, mas os problemas do país são mais importantes”.
“Aquilo que interessa não é se é o Governo A ou o B, mas é se temos boas políticas ou más políticas a servir a população de Évora e do Alentejo”, defendeu.
O presidente do Município disse ainda esperar que, “com este ou com o novo governo, se mantenha o projeto” do novo hospital, que possa “entrar em funcionamento com uma gestão pública” e que se cumpram “os compromissos que foram assumidos com a Câmara de Évora para fazer a rede de abastecimento de água e saneamento e os acessos.
A conclusão do novo Hospital Central do Alentejo já teve várias datas anunciadas, como o final de 2023 ou início de 2024, final de 2024, fevereiro de 2025, no tempo do Governo do PS, e, agora, primeiro semestre de 2026, com o Governo da Aliança Democrática (AD), constituída por PSD e CDS-PP.