Num concelho com quase 12 mil eleitores, a CDU, em queda eleitoral, venceu as últimas autárquicas com apenas 174 votos de diferença para o PS. Tudo em aberto para as próximas eleições, num município fortemente pressionado pela especulação turística imobiliária de luxo, falta de habitação a preços acessíveis e impedimento de acesso às praias, que têm valido duras críticas ao presidente da Câmara.
O “histórico” António Figueira Mendes atinge o limite de mandatos na sua segunda passagem pela presidência da autarquia, cedendo lugar a Fátima Luzia, atual presidente da União de Freguesias de Grândola e Santa Margarida da Serra. Numa campanha muito centrada no que a CDU diz ser a “prestação de contas” do trabalho realizado, não faltam críticas ao PS, com os comunistas a garantirem que 70% dos “empreendimentos polémicos” tiveram contrato assinado entre 2001 e 2013, quando a gestão era, justamente, do PS.
Pelos socialistas avança o vereador e engenheiro informático Luís Vital Alexandre, segundo o qual estas eleições “são fundamentais para se operar uma viragem nos destinos” do concelho. “A Câmara acumula milhões no banco, com o ‘boom’ das receitas imobiliárias do turismo, mas a Escola Secundária e a Básica Jorge de Lencastre continuam degradadas, com infiltrações e infraestruturas em risco”, critica o candidato socialista, acrescentando que “é hora de investir nas pessoas”.
Já a coligação PSD/CDS candidata a deputada Sónia Reis. “Assuntos importantes como a questão da Mina da Lagoa Salgada, da pressão turística, da falta de fiscalização da nossa costa têm sido bandeiras que temos abraçado, chamando a atenção [e] exigindo do Executivo soluções, porque estávamos a ver o nosso município a caminhar para o atual estado das coisas”, defende a candidata, que também integra a Assembleia Municipal de Grândola.
O Chega aposta em Hugo Constantino. É a primeira vez que concorro às eleições autárquicas e faço-o com um enorme sentido de responsabilidade, uma vez que se trata de um projeto e de uma causa pelo município a que pertenço”, afirmou o candidato, preocupado com temas como “a habitação, a mobilidade, a crescente insegurança, a imigração descontrolada”.
Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: Arquivo/D.R.











