Sindicato acusa empresa de Neves Corvo de “sacrificar” saúde dos mineiros

Os trabalhadores do fundo da mina de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, iniciaram esta segunda-feira uma greve de quatro dias em protesto contra a implementação, pela Boliden Somincor, de um novo modelo de turnos rotativos (4x4), que o sindicato do sector diz violar o acordo de empresa em vigor desde 2019.

Os trabalhadores do fundo da mina de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, iniciaram hoje uma greve de quatro dias, devido à implementação de um novo modelo de rotação de turnos.

Em causa está o facto de a empresa concessionária, a Boliden Somincor, ter decido implementar, a partir de hoje, um novo modelo de rotação de turnos na mina alentejana, com quatro dias de trabalho seguidos de quatro dias de folga (4×4).

Esta alteração levou o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) a avançar com um pré-aviso de greve, hoje e terça-feira para as equipas A e B do fundo da mina, continuando nos dias 20 e 21 para as equipas C e D da mesma área.

Segundo um comunicado do STIM, esta decisão viola “o acordo de empresa que está em vigor” desde 2019, considerando ser “incompreensível que a empresa não atenda a maioria dos trabalhadores, o que revela a sua total falta de respeito e arrogância”.

A estrutura sindical acusou ainda a concessionária de Neves-Corvo de pretender “extrair mais minério sacrificando a saúde dos seus trabalhadores e impedindo que estes tenham uma vida familiar e social digna”.

Em declarações ao jornal “Correio Alentejo”, publicadas em 06 de junho, o diretor-geral da Boliden Somincor, Gunnar Nyström, disse que “a greve é um direito irrenunciável dos trabalhadores, competindo a cada um deles a decisão de aderir ou não à mesma”.

O gestor assumiu na altura que a empresa consultou os trabalhadores, “nos termos legalmente previstos”, sobre a alteração à rotação de turnos proposta, que “está enquadrada no acordo de empresa que se encontra em vigor” e “cujo conteúdo foi oportunamente negociado com o STIM”.

De acordo com Gunnar Nyström, “a alteração da rotação de turnos é uma medida essencial para melhorar os índices de segurança da Somincor e para aumentar os níveis de produção da empresa, invertendo a tendência negativa verificada nos últimos anos”.

“Com esta alteração será possível investir em projetos que viabilizem o aumento do período de vida útil da mina, garantir a manutenção de postos de trabalho e, não menos relevante, continuar a melhorar as condições de segurança dos nossos trabalhadores”, acrescentou.

A mina de Neves-Corvo produz, sobretudo, concentrados de cobre e de zinco, assim como prata e chumbo. Trata-se da maior mina de zinco na Europa e a sexta maior de cobre também no continente europeu, além de ser a maior empregadora da região, com cerca de dois mil trabalhadores.

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