A atriz Helena Caldeira aprendeu com a série “Rabo de Peixe”, na qual é uma das protagonistas, que é preciso tempo e financiamento para poder experimentar no processo de uma produção artística. A poucos dias da estreia da segunda temporada da série de Augusto Fraga, no próximo dia 17, na Netflix, lembra que é muito mais do que a atriz que se tornou popular por interpretar aquela rapariga de cabelo cor-de-rosa que quer fugir de uma vida desestruturada.
Aos 29 anos, Helena Caldeira soma mais de uma década na representação, é cofundadora da estrutura artística Bestiário, acabou de filmar a sua primeira curta-metragem, está em ensaios para uma peça no Teatro da Trindade, em Lisboa, e prepara um álbum a editar em 2026.
A revista Alentejo Ilustrado, atualmente em banca, publica um extenso perfil da atriz, que passa pela série “Rabo de Peixe, mas também por “Candeiras”, a peça que irá estrear em novembro, em Montemor-o-Novo.

Sobre “Rabo de Peixe”, que se estreou na Netflix em 2023 e tem já filmada a terceira temporada, Helena Caldeira recorda o tempo que lhe deram, a ela e ao elenco, para ensaiar, errar e experimentar.
“Esse tempo é mesmo importante e aconteceu porque havia um orçamento maior. Infelizmente nem os orçamentos da DGArtes – fazendo a ponte para a minha estrutura – nem nós, enquanto sociedade, estamos a trabalhar para o tempo, com o tempo. Os processos são cada vez mais acelerados e isso vai resultar em projetos, provavelmente, um pouco mais superficiais ou direcionados. Porque é preciso tempo para aprofundar as coisas”, defendeu.
Sobre Sílvia Arruda, a personagem que interpreta, Helena Caldeira apenas adianta que vai sofrer uma grande transformação, numa história em que reparte protagonismo com os atores José Condessa, André Leitão e Rodrigo Tomás, compondo o quarteto de amigos que encontra no tráfico de droga uma oportunidade de mudar de vida.
“Esta temporada é considerada pelo Augusto [Fraga] a temporada cinzenta, mais negra, todos os personagens vão passar por umas tormentas internas e, no caso da Sílvia, vai ser muito evidente e potenciada por estar grávida”, disse.
Helena Caldeira, alentejana que cresceu em Montemor-o-Novo e que estudou representação em Évora e em Lisboa, admite que “Rabo de Peixe” deu uma reviravolta na sua carreira e que está a “pôr devagarinho as cartas na mesa”, a preparar-se para um possível percurso internacional.
“Não estou interessada em fazer um ‘ultra-esforço’ só para ter essa presença internacional. O que me interessa é fechar os projetos que tenho aqui e depois focar-me noutra coisa. ‘Rabo de Peixe’ ajudou bastante, mas a vida não acaba aqui”, assegurou.
Texto: Alentejo Ilustrado/Lusa | Fotografia: D.R.











