Inês Caldeira: “Sim, eu posso”

A opinião de Inês Caldeira, estudante

O meu nome é Inês Caldeira, tenho 17 anos e frequento o 12.º ano na Escola Secundária Rainha Santa Isabel, Estremoz. Frequento o curso de ciências socioeconómicas onde estudo os mais variados temas sobre o mundo e a sociedade, nas disciplinas de geografia e economia. 

Vivo desde que nasci na pequena aldeia de São Domingos de Ana Loura, concelho de Estremoz. Sou bisneta, neta e filha de produtores hortícolas, que dedicaram e dedicam toda a sua vida às terras. Com eles aprendi a amar o Alentejo, o interior e a paz que estes nos trazem à alma.

Aprendi ainda que nada se faz sem muito trabalho e o mais importante é a força de vontade que temos para o 

fazer. Sou uma pessoa que tal como os meus antepassados odeia estar parada sem fazer nada, aproveito cada hora do meu dia como se fosse a última vez que pudesse ver o sol. 

Durante o período escolar fico muitos dias na escola até às 17h15, não por necessidade mas por gostar de conviver com os meus colegas. Faço questão que a minha vida não se re- suma às aulas, a minha vida são também as pessoas com que convivo e as atividades extracurriculares em que participo. 

Gosto de ser participativa, estar envolvida em projetos, clubes ou fazer voluntariado. Sou voluntária ativa na biblioteca da minha escola e aluna colaborativa do Clube de Direitos Humanos. Participo ainda em projetos tais como o Orçamento Participativo Escolar ou o Serão de Poesia que se realiza no final de cada semestre. No passado ano letivo participei no Parlamento dos Jovens, participação essa que culminou com a minha eleição enquanto deputada jovem pelo distrito de Évora. 

Fora da escola frequentei, entre os oito e os 14 anos, aulas de piano no Conservatório de Música de Portalegre, com aulas nas instalações do Orfeão Tomaz Alcaide. Posso dizer que este é parte importante da minha vida e o meu equilíbrio emocional. 

Todas as atividades que realizo fora das aulas tornam-me uma melhor pessoa, uma melhor cidadã, mas sobretudo são parte do que sou. Posso dizer que graças a elas sou uma adolescente diferente e, sim, existem muitos jovens que participam nas atividades extracurriculares que referi anteriormente. 

Sábado é o meu dia preferido, sem qualquer sombra de dúvida. Ao contrário da maioria dos alunos da minha idade, levanto-me às 06h30 e vou ajudar o meu avô a vender os seus produtos hortícolas na Banca Henrique Caldeira, no mercado tradicional de sábado em Estremoz. Esteja chuva ou sol, vento frio ou quente, seja verão ou inverno, nunca perderia um sábado de vendas no mercado. É algo que realmente faz parte de mim e me ajuda a descontrair, ao mesmo tempo que ajudo o meu avô, por quem tenho um especial carinho.
Passo a falar então dos meus sonhos. Adoro e sempre adorei viver no Alentejo, no meu concelho e na minha aldeia, tendo a noção de que estes não me podem dar tudo o que preciso. Sonho um dia estudar no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), tirar o curso de gestão ou de direito, e quando acabar o mestrado trabalhar a partir da minha casa no Alentejo para uma grande empresa ou criar o meu escritório de advocacia, aqui em Estremoz. 

Não sei como, mas sei que voltar para Estremoz é o que mais quero e que farei tudo o possível para que este sonho se torne realidade. Para terminar partilho convosco um sonho que talvez nunca possa realizar: ser colunista do jornal que leio todas as semanas, o “Expresso”. Talvez nunca o venha a concretizar mas ser colunista do maior jornal da minha terra, de um jornal com história como é o “Brados do Alentejo”, já é uma grande honra.

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