O projeto, promovido pelo Município em parceria com a NOVA Information Management School, da Universidade Nova de Lisboa e o Instituto Politécnico de Portalegre, tem como objetivo colocar os dados, a inteligência artificial e a inovação tecnológica ao serviço do desenvolvimento daquela região.
De acordo com o coordenador científico do espaço, Miguel de Castro Neto, e o Centro de Inteligência Competitiva (CIC) do Alentejo visa criar uma base de conhecimento sobre a região, num trabalho que tem sido desenvolvido sobre dados históricos, demografia, economia, mobilidade, turismo, sustentabilidade, digitalização, entre outras áreas.
“Nós fazemos depois esta análise também do ponto de vista de aspetos muito concretos, como riscos climáticos, riscos de eventos extremos, impacto de eventos de uma feira, por exemplo, nós podemos informar (autarquia) qual foi o impacto económico do evento, o valor das transações económicas que foram feitas por meios de pagamentos eletrónicos na segunda-feira seguinte”, explicou.
Miguel Castro Neto, também diretor da Nova Information Management School da Universidade Nova de Lisboa, explicou ainda que o CIC do Alentejo vai conseguir “medir” o impacto económico de um evento, como vai também conseguir apurar quantas pessoas e respetivas nacionalidades estiveram nessa iniciativa.
O Centro integra três salas que vão suportar um conjunto de serviços especializados, nomeadamente a “sala imersiva”, dedicada à criação de valor com abordagens analíticas a partir da base de conhecimento multidimensional sobre a região do Alentejo, passível de ser explorada através de três diferentes lentes: inteligência, sustentabilidade e governança.
Já a “sala colaborativa” está focada na aplicação de abordagens analíticas em processos de inovação, explorando o potencial da ciência de dados e da inteligência artificial na economia regional, através de projetos-piloto e de co-criação com empresas, administração e outras entidades locais.
Por último, a “sala formativa” destina-se a programas de formação, presenciais e à distância, em áreas críticas para a competitividade das organizações na atualidade.
Com uma base de conhecimento regional multidimensional e com o objetivo de apoiar empresas, administração pública, instituições de ensino e investigação e sociedade civil, o CIC do Alentejo quer também impulsionar o desenvolvimento de produtos e serviços baseados em dados, com impacto nos setores estratégicos da região, como o agroalimentar, indústria energia ou turismo.
O Centro irá igualmente oferecer formação especializada para empresas e administração pública em áreas emergentes como gestão de informação, ciência de dados, inteligência artificial, marketing analítico, entre outras.
Dizendo não se tratar de “um polo de criação de emprego”, Miguel Castro Neto acrescentou que a ambição do projeto é tornar-se um polo de “dinamização e qualificação dos recursos humanos do tecido empresarial”, para que adquiram competências analíticas.
Com uma equipa “pequena, mas altamente qualificada”, Miguel Castro Neto espera no espaço de um ano contar com “três recursos altamente qualificados” no CIC Alentejo e, no espaço de três anos, “duplicar” este número.
De acordo com o Município de Campo Maior, o projeto contou com um investimento superior a 991 mil euros, cabendo à autarquia a contrapartida nacional de 15% do total da obra.