Com 56% das vagas por preencher, IPBeja “afunda-se” no ‘ranking’ nacional

O Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) registou uma das piores taxas de ocupação do ensino superior público, deixando por preencher 56% das vagas abertas na 1.ª fase do concurso nacional de acesso, com três cursos sem um único colocado e uma quebra de quase 40% face ao ano passado.

Cerca de 56% das vagas abertas pelo Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) ficaram por preencher na primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior. Das 519 vagas abertas em 14 licenciaturas, apenas foram preenchidas 203, segundo avança o próprio Politécnico. O que traduz uma quebra de 39,8% relativamente ao ano passado.

Feitas as contas, 56% dos lugares ficaram por preencher, sendo que três licenciaturas (Agronomia, Engenharia do Ambiente e Ciência e Tecnologia dos Alimentos) não têm ainda qualquer aluno, mantendo em aberto as 91 vagas iniciais. Das 61 vagas de Engenharia Informática, apenas seis foram preenchidas.

Pela positiva destacam-se as licenciaturas de Enfermagem e Educação Básica, sem lugares para a segunda fase do concurso, pelo como Solicitadoria, onde foram colocados 39 alunos, num universo potencial de 45.

Em comunicado, a presidência do IPBeja refere que estes resultados “ocorrem num cenário de quebra significativa a nível nacional”, com menos nove mil candidatos que em 2024 e mais 5644 vagas a nível nacional, cenário que “penalizou em especial instituições situadas em regiões de menor densidade populacional e integradas no subsistema politécnico”.

De todos os Politécnicos do país, o de Beja é um dos piores colocados no ‘ranking’ nacional: pior só o de Tomar, onde foram colocados 160 alunos. Já o de Portalegre, por exemplo, foi a escolha para 337 alunos, uma quebra de 17,4% comparativamente com o ano passado. 

A presidência do IPBeja diz encarar “com confiança” as próximas fases do concurso nacional de acesso, que diz representarem “uma oportunidade significativa para reforçar o número de colocações na instituição” e destaca o “crescimento de 44%” a procura pelos chamados Cursos Técnicos Superiores Profissionais, que passaram “de 218 para 314 candidatos”.

“Um dos marcos estruturantes deste ano letivo é a abertura da nova residência de estudantes, que disponibilizará 503 novas camas, reforçando de forma estratégica a capacidade de alojamento da instituição e contribuindo de forma decisiva para mitigar um dos desafios mais críticos do ensino superior em Portugal”, acrescenta a mesma fonte.

Num comentário a estes resultados, Aldo Passarinho, candidato à presidência do IPBeja, classifica a quebra de 39,8% na colocação de alunos como uma “péssima notícia para o Instituto e para a região”, lembra que a redução de colocados a nível nacional foi de 12,1% e que, portanto, essa quebra “não explica” o resultado alcançado por Beja.

Acusando a atual presidência de “não ter acautelado os interesses da instituição”, ao contrário do que sucedeu com outros politécnicos, Aldo Passarinho lamenta que agora se tenham reduzido “perigosamente” as colocações na primeira fase. “Quando outras instituições aproveitaram a oportunidade para aumentar os pares de provas de acesso, abrindo assim mais possibilidades de captação de candidatos, nós não o fizemos. Não só não criamos as condições para que mais candidatos nos escolhessem como prejudicamos a possibilidade de mais jovens ingressarem no ensino superior”, acrescenta Aldo Passarinho, para quem “não vale a pena tapar o sol com a peneira com base numa comunicação desfasada da realidade, alicerçada na ilusão de que está tudo bem”. 

“Não está tudo bem! Há que enfrentar o problema de frente, de forma a recolocar o Instituto onde ele deve estar, a bem do Ensino Superior no Baixo Alentejo e do seu contributo para a qualificação da nossa população”, conclui.

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