“Já basta que Beja e Portalegre sejam as únicas capitais sem autoestrada”

Deputado socialista Nelson Brito garante existência de “compromisso” da bancada parlamentar do PS para alargar isenção do pagamento de portagens às autoestradas que cruzam o Alentejo. Ana Luísa Delgado (texto)

Os deputados do PS eleitos pelo Alentejo defendem o alargamento da isenção do pagamento de portagens às autoestradas A6 e A2, que cruzam a região. A proposta será formalizada na Comissão Parlamentar de Economia, onde está em apreciação o projeto-lei que acaba com o pagamento de portagens nas antigas SCUT, como a Via do Infante, no Algarve, ou a autoestrada da Beira Interior. 

Por não se enquadrarem nessa tipologia, a A6 (entre Marateca e Elvas) e a A2 (que liga Lisboa ao Algarve atravessando diversos concelhos alentejanos dos distritos de Setúbal e de Beja) ficaram de fora da isenção. 

O projeto-lei foi aprovado pelo Parlamento, na generalidade, com os votos contra do PSD e do CDS e a abstenção da Iniciativa Liberal, tendo “baixado” à Comissão de Economia, onde será debatido na especialidade. E é aqui, garante Nelson Brito, eleito por Beja, que os deputados socialistas irão apresentar uma proposta de alteração para inclua os cidadãos residentes no Alentejo e as empresas instaladas no território na lista de isenção no pagamento de portagens nas A6 e A2.

“Suscitámos esta questão logo no primeiro momento de discussão do projeto-lei e temos a garantia, por parte dos restantes deputados que compõem o grupo parlamentar do PS, que esta nossa proposta será incorporada no diploma”, revela Nelson Brito, segundo o qual um dos trabalhos da Comissão de Economia será quantificar os custos desta medida.

“Entendemos que os residentes na região não devem ter um tratamento distinto dos residentes noutras regiões do interior”, acrescenta o deputado socialista, segundo o qual a proposta será para que cidadãos e empresas do Alentejo “beneficiem desta isenção exatamente nos mesmos moldes” que os das restantes regiões. “Já basta que Beja e Portalegre sejam as duas únicas capitais de distrito sem uma ligação de autoestrada. Já basta essa discriminação negativa”, critica Nelson Brito, 

No projeto-lei aprovado na generalidade, o PS considera justificar-se “plenamente” a eliminação das taxas de portagens, uma vez que nos territórios do interior as autoestradas “são, muitas vezes, subutilizadas e, na maioria das situações, não existem vias que possam constituir alternativa de qualidade e não há transportes coletivos públicos ou privados que possam constituir uma boa alternativa ao transporte individual”.

“Assim”, prossegue o diploma, “as famílias e as empresas usam vias alternativas, sem qualidade, o que potencia custos elevados de manutenção dos veículos e a ocorrência de acidentes rodoviários, com consequências graves em termos de feridos graves e de mortalidade.

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