Luís Assis: “IP 2”

A opinião de Luís Assis, advogado

Foi recentemente assinado o contrato para a construção do troço da IP2 em Estremoz, após concurso público lançado pelas Infraestruturas de Portugal, após mais de uma década sem nada ter sido feito.

Depois de ter sido afastado o primeiro projecto, que era uma aberração, e tendo sido proposto o atual traçado a nascente de Estremoz que passa junto à zona industrial e vai terminar na Estrada Nacional n.º 4, só agora foi dada continuidade ao projecto com este concurso público.

A IP2 é uma estrada nacional, cuja jurisdição pertence à Infraestruturas de Portugal, sobre a qual a Câmara Municipal da Estremoz nada tem que ver, muito menos no que respeita ao lançamento do concurso e à realização da obra em causa.

Não se percebe porque é que a Câmara resolveu fazer um post numa rede social a dar a entender que tinha tido intervenção no assunto, quando o não teve, para mostrar que fazia alguma coisa, quando nada fez. Tal interpretação ficou evidente nos comentários ao dito post.

É certo que a Câmara podia ter aproveitado o Governo do PS para exercer influência para que o concurso tivesse sido lançado, durante os oito anos do respectivo Governo, aproveitando a sua proximidade partidária, no entanto, nada fez.

Se o tivesse feito, poderia arrogar-se de ter conseguido desencalhar o projecto para que o concurso tivesse sido lançado, até porque é uma obra essencial para a segurança de pessoas e da circulação na actual estrada nacional no 18, só que não.

Não se percebe, de facto, a razão de tais posturas de fachada, a não ser por um oportunismo político, agora que as próximas eleições estão à porta, para tentar vender uma imagem de fazedora, que não tem, a não ser de festas.

Tudo o que podia e devia ter feito nestes quase quatro anos de mandato para promover o desenvolvimento económico do concelho, nada fez, limitando-se a gerir o dia-a-dia da Câmara, sem qualquer rasgo político.

Se olharmos para trás, verificamos que não foi lançado qualquer programa ou projecto que estruture o desenvolvimento económico do concelho, que promova a criação de emprego, que cative o estabelecimento de novas empresas no concelho.

Como nada tem para apresentar de trabalho feito, nada como dar a entender que tem alguma intervenção na obra do IP2, para se sentir útil à sociedade.

Temos um executivo de fachada, que não resiste ao primeiro embate, quando tenta iluminá-la dá-se um curto-circuito imediato.

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