Luís Assis: “Seleção”

A opinião de Luís Assis (advogado)

É bom ver como Portugal inteiro vibra com a sua selecção de futebol, não só assistindo aos jogos, como deslocando-se aos vários locais para ver a selecção aparecer, bem como aos seus treinos, num apoio incondicional.

Mas, se os portugueses vibrassem da mesma forma com Portugal, como vibram com a sua selecção, creio que Portugal seria hoje um país muito mais desenvolvido, com maior riqueza, produção e melhores salários.

Parece que, em relação a Portugal e ao seu dia-a-dia e ao seu trabalho, os portugueses não vibram da mesma maneira, para que Portugal ganhe o desafio/ jogo do desenvolvimento e, com isso, seja capaz de pagar melhores salários.

Há uma certa apatia ou mesmo desalento relativamente à vida que cada um dos portugueses sente de si próprio e do seu próprio país, que só desaparece quando emigra e mostra aquilo que vale, mas que, quando em Portugal não consegue vingar.

O desinteresse começa logo na enfadonha tarefa de trabalhar, quando em Portugal, porque lá fora tal não acontece, passa pela sua não preocupação no exercício pleno da democracia quando se trata de ir votar, deixando nas mãos de outros a decisão sobre o futuro do país e vai por aí fora em todos os aspectos da vida quotidiana.

A selecção é o melhor exemplo do gosto de trabalhar em prol de um objectivo comum, começando, desde logo, por cada jogador trabalhar para ser selecionado e fazer parte da elite. Ora, se admiram as conquistas de cada jogador em chegar onde chegou, de alcançar os seus objectivos pessoais e de grupo, porque não trabalhar com esse exemplo e melhorarmos, cada um de nós, para que os objectivos nossos e comuns de Portugal consigam ser alcançados?

Se cada um de nós se empenhar na realização da sua tarefa, Portugal conseguirá alcançar melhores resultados de que todos colherão os benefícios, em vez de andarmos sempre à espera que o Estado resolva todos os nossos problemas.

Parece que em relação a nós tendemos a considerarmo-nos menores, quando o não somos, vivendo neste triste fado do destino que não se pode alterar, quando temos as condições, a capacidade e o engenho para mudar.

É tempo de vibrarmos connosco da mesma forma com que vibramos com a nossa selecção, para que Portugal tenha um melhor presente e um futuro mais promissor, que consiga ser um lugar onde nos sintamos felizes e realizados.

É tempo de vibrarmos por nós para termos o Portugal que desejamos!

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