Nasceu em 1944, na Parede, freguesia de Cascais e durante toda a vida de trabalho foi programador e analista de computadores. Há coisa de década e meia trocou a cidade grande pelo Alentejo, mais concretamente, Almadafe um pequeno aglomerado de casas na freguesia de Casa Branca, no concelho de Sousel.
Engana-se quem pense que Luís Leiria de Lima, devido à profissão que exerceu, é um “coca-bichinhos das tecnologias”, sem outros interesses de qualquer espécie. É que a pintura e a fotografia, para além da escrita, tem-lhe preenchido a vida desde sempre.
Só um exemplo: aos 14 anos frequentou o curso de desenho e pintura da Sociedade Nacional de Belas Artes, o que lhe permitiu, aos 65, pegar nos pincéis e nos óleos e fazer uma exposição. Para além de, há um par de anos, ter montado, em miniatura, um sistema ferroviário enorme com todos os pormenores: passagens de nível, semáforos, casas e casinhas e os respectivos comboios a circularem, felizes e contentes.
O desporto, em geral, e o futebol em particular – convém dizer que é sportinguista – sempre lhe suscitou interesse e, como não tem feitio para estar parado, serviu-lhe de mote para a série de livros que nos últimos dois anos escreveu e editou sobre os “pequenos grandes clubes portugueses”, os já citados Belenenses, Casa Pia, Académica, Vitória de Setúbal e Lusitano de Évora.
A este propósito, ao facto de todos estes clubes estarem do Mondego para baixo, diz nada ter “contra o Norte, e até já tinha apontado o Leixões como próximo objetivo”, mas não sabe se o conseguirá concretizar.
Um outro livro que escreveu, com prefácio do conhecido jornalista desportivo Fernando Correia, com o título “1”, considera-o o mais interessante de todos e é uma recolha de todo “o tipo de desgraças
acontecidas no mundo do desporto, desde a morte de Mikos Fehér, em campo, passando pelo atentado nos Jogos Olímpicos de Munique contra os atletas israelitas, ou ao caso de duas cubanas que estavam a treinar o lançamento do martelo tendo uma acertado com o martelo na cabeça da outra”.
“O modelo dos livros é sempre o mesmo”, explica: “o primeiro capítulo é uma breve história da cidade do clube; o segundo conta a sua história; o terceiro é dedicado apenas ao futebol; e o último às restantes modalidades”.
“A este projeto chamei os Grandes Pequenos Clubes Portugueses porque considero que são grandes clubes, mas que nos media e em geral não lhes é dado importância que lhes é devida por terem sido importantes na história das suas cidades e pelos quais tenho uma certa admiração porque nunca ouço falar deles na televisão”, conta Luís Leiria de Lima.
“Nos anos 60 estes clubes eram de topo. O Lusitano de Évora, sendo um clube da região alentejana, aliás, uma região muito mal tratada em Portugal, conseguiu fazer um trajeto que eu valorizo e que, na altura, foi importante para as pessoas daquela cidade, tal como o do Juventude, que também é clube é importante. Escolhi o Lusitano porque sempre tive uma simpatia pelo clube”, explica.
Quanto ao método que utiliza para chegar à informação que lhe permita escrever o livro, diz não ter uma regra. “Ao princípio recorro à internet onde encontro as coisas mais variadas e muitas vezes contraditórias o que me obriga a muito trabalho para encontrar a verdade acerca de determinado assunto. No que diz respeito ao futebol o site Zero Zero é uma ferramenta preciosa, pois tem, por exemplo, tudo o que é palmarés dos clubes”.
No entanto, há uma coisa que lamenta e o entristece. “Os clubes, que começo por contactar, rara- mente me dão qualquer resposta. Por acaso, no que diz respeito ao Lusitano, uma funcionária do clube ajudou dando-me a indicação de uma pessoa que poderia servir de fonte”.
É claro que as tiragens dos livros são necessariamente pequenas. Sendo ele quem escreve, revê e edita, a impressão é feita em pequenas quantidades e ao sabor dos pedidos que vai tendo. No caso do Lusitano de Évora já vai na segunda edição, que acrescenta mais alguns exemplares à inicial.
Assim, aqui fica a dica: quem quiser ter acesso ao livro sobre o Lusitano de Évora, mais não tem de fazer que contactar o autor através do seguinte endereço de correio eletrónico: [email protected]. A resposta chegará na volta do correio.
11/11/11
Fundado a 11 de novembro de 1911, tendo competido durante 14 temporadas na I Divisão do futebol português, entre 1952 e 1966. Do grupo fundador faziam parte estudantes liceais, da escola comercial e ainda marçanos do comércio. A sua primeira sede foi no número 11 da Travessa da Bola. O lema: “Fazer Forte Fraca Gente”. A melhor classificação de sempre no Campeonato Nacional foi o quinto lugar, na época 1956/57, sob o comando do treinador brasileiro Otto Bumbel.